A grande oferta de grãos, especialmente de soja e milho, na última safra, tem contribuído para derrubar os preços no mercado de grãos brasileiro. Conforme explicou o consultor Flávio França Júnior na TECNOSHOW COMIGO, durante palestra realizada na tarde desta terça-feira, dia 04 de abril, o mercado está instável e é preciso que o produtor esteja atento e acompanhe todas as oscilações que podem ocorrer, quer seja por oferta em outros países, crescimento de área plantada e influências da política externa.

De acordo com o consultor, o preço não está ruim para o produtor, especialmente no caso do Sudoeste goiano. Ele explica que no caso do milho, por exemplo, se comparado aos últimos dois anos, houve diminuição do preço, mas que ainda está dentro da normalidade em um ano de safra cheia. “O preço do milho ainda consegue ficar acima do preço mínimo, especialmente porque devemos colher bem esta safra de inverno que está terminando, então o preço está razoável para o produtor. Uma vez que ele tem uma boa colheita, com mais produtividade, ele pode ter um preço mais baixo. Não tem problema porque a renda está garantida”, explica. Em relação à soja, França explica que o movimento é parecido. “Mesmo que o custo da produção tenha subido, ainda é um preço bom que vai fazer a conta fechar no final da negociação, especialmente porque ele colheu bem”, completa.

Influências no câmbio e na bolsa
O especialista alerta, no entanto, que alguns fatores têm influenciado na dinâmica de preços como o aumento da área cultivada nos Estados Unidos, os efeitos da era Trump e do Brexit, a variação do dólar, além da questão das oscilações da Bolsa de Chicago, que orientam os preços do mercado. “Hoje, a maior recomendação é que o produtor acompanhe todos os dias as variações do mercado. Em um ano como esse em que há muito produto, com soja garantida e milho sinalizado, é um desafio para ele. Se fosse um período de mais escassez, ele poderia relaxar um pouco mais, mas agora ele tem que brigar no mercado com a concorrência, já que os estoques estão subindo e o mercado não consegue absorver todo milho e soja que existe no mundo”, analisa. “Essas oportunidades que eu entendo que vão aparecer, podem ser em uma tarde, por exemplo. Então ele não pode deixar para verificar no dia seguinte. Tem que ter esse cuidado”, finaliza.

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