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As ações do Outubro Rosa no Brasil acontecem desde 2002 e, apesar dos avanços, ainda há muita desinformação sobre as causas e o diagnóstico precoce do câncer de mama.
Uma pesquisa encomendada pelo Coletivo Pink, do laboratório Pfizer, e conduzida pelo Ibope Inteligência, com o tema “Câncer de mama hoje: como o Brasil enxerga a paciente e sua doença?” entrevistou 1040 mulheres e 960 homens.
“O resultado vai ser útil para direcionar as próximas campanhas. Mesmo após mais de 15 anos de Outubro Rosa, tem muita coisa que os brasileiros não sabem”, comenta a oncologista Marina Sahade.
A importância da mamografia
Uma das mensagens mais importantes da campanha é sobre a realização do autoexame. Qualquer alteração pode ser indício da doença.
Apesar de ser uma das formas mais fáceis de identificar o problema, a mamografia é a forma mais eficaz de diagnóstico precoce do câncer de mama. O preocupante é que, segundo a pesquisa, 77% das mulheres confiam mais no autoexame.
“O autoexame é importante e tem que ser feito. Mas a mamografia detecta tumores menores, quando eles ainda têm milímetros. A chance de cura nesse momento é muito maior”, alerta Marina.
E mais, a pesquisa também revelou que 53% das mulheres acreditam que, quando a mamografia não encontra alterações, é desnecessário repetir o procedimento no futuro. “O Ministério da Saúde recomenda que toda mulher acima dos 50 anos faça esse exame a cada dois anos. Já a maioria das sociedades médicas orienta que ele seja realizado anualmente a partir dos 40 anos”, ensina a oncologista.
Fatores de risco para o câncer de mama
Ainda há uma falta de entendimento muito grande sobre o que realmente causa a doença. 73% das participantes acreditam que a grande causa é a herança genética.
“Na verdade, ela corresponde a menos de 10% dos casos”, esclarece Marina. “O estilo de vida que é preponderante. Obesidade e sedentarismo são os fatores mais importantes”, informa Marina. Porém, apenas 23% do público feminino sabe disso.
Outras questões aumentam a probabilidade de desenvolver o câncer de mama. “Ter uma menopausa tardia ou uma primeira menstruação mais cedo, não ter filhos, não amamentar, abusar de álcool e consumir alimentos processados”, lista a doutora.
Quando se trata desses fatores, também há desinformação entre mulheres e homens:
- Apenas 10% dos brasileiros conhecem a relação desse tumor com bebidas alcoólicas
- 54% não sabem ou não creem que comer carne processada e embutidos está associado à doença
- 53% acham que quem começa a menstruar antes dos 12 anos não corre um risco maior
- Somente 13% pensam que a menopausa tardia eleva o perigo
Ademais, muitos mitos ainda persistem. Há quem ache que esquentar alimentos no micro-ondas está ligado à enfermidade (31%) e quem desconfie de que usar sutiã com bojo aumenta a possibilidade de câncer de mama (39%). Isso simplesmente não é verdade.
“Existe muita notícia falsa e explicações incorretas na internet. É necessário disseminar informação de qualidade”, conclui a oncologista.
Larissa Pedriel
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Fonte da Entrevista: Revista Saúde Abril
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