O estrago causado pelas Americanas está contaminando setor do varejo no país. Mas será que isso é somente um efeito em cascata ou um reflexo de falta de planejamento a curto e longo prazos de algumas empresas? Ou ainda um conjunto de fatores? É certo que são grandes os desafios vivenciados recorrentemente pelos varejistas de todo o país.
Situações como mudanças no cenário político, na economia, além da competitividade natural do segmento são algumas das grandes dificuldades que assolam o setor.
Se não bastasse isso, vemos grandes empresas passando por dificuldades e que tem grande impacto sistêmico no mercado, como o caso da Americanas e mais recentemente da Marisa.
Gerenciamento
Rafael Cássio da Ática Gestão, especialista reestruturação de empresas, avalia que todo esse cenário está provocando uma derrocada das instituições de varejo, já que gera um efeito em cascata, por impactar diversas cadeias. Uma delas é a escassez de crédito no mercado. “Podemos esperar uma possível diminuição no apetite dos bancos na disponibilização do crédito, assim como também uma exigência muito maior das instituições financeiras a respeito dos demonstrativos financeiros das empresas em geral”, diz Rafael Cássio.
Outro efeito são os impactos em toda a cadeia de credores dessas gigantes, que podem influenciar um aumento de juros por parte dos bancos, quanto um aumento de preço em alguns produtos por parte de algum fabricante por exemplo, todos buscarão recuperar o prejuízo.
Por tudo isso, Cássio ressalta a importância do planejamento estratégico bem feito dentro das empresas, muitas vezes negligenciado.
Efeitos em Goias
Aqui em Goiás também temos exemplos, como o da Casa Goianita. A empresa pediu recuperação judicial com uma dívida R$ 22 milhões.
No mercado há 71 anos, a Goianita sentiu os efeitos das restrições de eventos por causa da pandemia, já que tem como carro chefe listas de presentes de casamento.
Porém a situação se agravou ainda mais com a alta dos juros, o que dificultou a extensão de prazos para pagamentos, além de outros entraves com instituições financeiras.
Por Joao Bosco Bittencourt
Foto: Reprodução
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