Segundo os dados da SES, em oito anos, houve um leve aumento da incidência da doença no estado.

O número de pessoas diagnosticadas com o vírus da Aids registrou queda no primeiro semestre deste ano, com 296 novos casos, de acordo com o boletim epidemiológico da Coordenação de Prevenção e Ações Educativas em DST/Aids, da Secretaria Estadual de Saúde (SES). No mesmo período do ano passado, foram 580 novos diagnósticos. No entanto, apesar da redução, cresce o número de casos entre pessoas de 15 a 24 anos. “Temos  percebido que os mais jovens têm deixado de tomar os devidos cuidados, como o uso de preservativos, e isso preocupa”, destacou o coordenador estadual de DST/Aids, Edvan Miranda dos Santos.

Segundo os dados da SES, em oito anos, houve um leve aumento da incidência da doença no estado. Em 2005, por exemplo, foram notificados 515 diagnósticos, o que representou 12,5 novos casos por cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2010, esse índice saltou para 15,1 a cada 100 mil habitantes, com 810 novos casos. Já em 2013, foram 1.044 novos casos.

Para Edvan, essa tendência de alta ao longo dos anos se deve a três fatores: “A gente atribui esses índices a melhora da notificação dos casos pelos serviços de saúde, a ampliação da testagem rápida, que possibilita o resultado em um prazo de 30 minutos, e, infelizmente, a banalização da Aids, principalmente entre os jovens”, afirmou.

Edvan ressaltou que os jovens demonstram saber dos riscos de contaminação das doenças sexualmente transmissíveis, mas acabam se descuidando. “O problema é que eles se previnem nas primeiras relações, mas depois, com o estabelecimento do vínculo, os jovens acabam deixando de usar o preservativo.  É nesse ponto que surge o problema, já que a rotatividade de parceiros entre os adolescentes tem sido cada vez maior”, alertou Edvan.

O coordenador da SES-GO ressalta que, apesar de não ter cura, existe tratamento para a doença. No entanto, a população precisa ser alertada, pois os transtornos para as pessoas diagnosticadas com o vírus HIV serão existentes por toda a vida. “Mesmo com o avanço da medicina e do tratamento, a gente precisa lembrar que os remédios trazem diversos efeitos colaterais. A pessoa pode viver com uma qualidade de vida maior, mas esses efeitos fazem até com que muitos pacientes deixem de continuar o acompanhamento”, afirmou. Segundo Edvan, no estado, palestras em escolas geram resultados satisfatórios. “Fizemos uma parceria com a Secretaria Estadual de Educação, há cerca de cinco anos, para ministrar palestras para os adolescentes. Sabemos que os resultados desse trabalho só virá a longo prazo, mas é ele que ajuda a essas pessoas na principal faixa de risco a falarem sobre o tema, já que muitas famílias ainda encaram o tema Aids como um tabu”, disse.

Brasil
Um relatório divulgado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) aponta que o número de casos de Aids no país aumentaram 11% em oito anos.  Em 2013, 44 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença.

O resultado do Brasil está na contramão do panorama mundial, onde, de 2005 a 2013, foi registrada redução de 27,5% de novos casos, passando de 2,9 milhões para 2,1 milhões. “Isso mostra que precisamos avançar ainda mais nas questões de conscientização. Apesar das muitas campanhas em andamento, muitas pessoas ainda mostram resistência em falar do assunto”, destacou Edvan.

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