22 de novembro de 2024
Abusos não são exclusividades e atingem mulheres subjugadas pelo poder masculino em qualquer esfera da sociedade...

O fim de semana ficou marcado pela divulgação na mídia nacional de casos de violência contra a mulher que chamam a atenção pela posição social das vítimas atingidas – mulheres com alto nível de formação educacional e/ou boas condições  financeiras. Abusos definitivamente não são exclusividades e atingem mulheres subjugadas pelo poder masculino em qualquer esfera da sociedade.

A influenciadora digital Nayara Oliveira, de João Pinheiro (MG), sofreu por anos as agressões do marido Sócrates Porto, de família tradicional da cidade, sócio de uma empresa de topografia. Segundo o relato, as atitudes teriam piorado depois que ela ficou grávida.

Nayara acabou pedindo o divórcio e medida protetiva, o que não impediu o homem de agredi-la em público e em frente às câmeras durante uma visita monitorada ao filho. Nas imagens divulgadas pela imprensa é possível ver o homem desferindo socos, chutes e empurrões contra a ex-mulher enquanto segura o filho, de um ano e dois meses.

Já a economista aposentada, Maria Eduarda Marques de Carvalho, revelou que sofreu abusos e violências ao longo dos 25 anos em que foi casada com Pedro Eurico de Barros e Silva – o homem, pasmem, construiu carreira política como militante da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Olinda e Recife, e atualmente era secretário de  Justiça  e Direitos Humanos do Estado de Pernambuco (pediu exoneração após as denúncias da ex-mulher). O homem também foi vereador do Recife e teve cinco mandatos como Deputado Estadual.

Maria Eduarda contou que viveu uma rotina de agressões físicas, psicológicas e estupros, mas que o temor das ameaças contra si e os seus filhos a impediam de sair da relação. O ex-secretário foi indiciado por cinco crimes: estupro consumado, lesão corporal, perseguição, violência psicológica e descumprimento de medida protetiva.

Já no Rio de Janeiro, cerca de 30 pessoas já denunciaram um professor de paleontologia, da Universidade Federal do Estado do Rio, por abusos sexuais e morais.  As denúncias cobrem um período de 14 anos, de 2007 até agora.

Segundo os denunciantes, o professor Leonardo Ávila se utilizava de sua posição de poder no departamento da Universidade para obter vantagens sexuais e quando isso não acontecia ele prejudicava as atividades acadêmicas de alunas e colegas e promovia abusos de cunho moral.

Segundos as denúncias, Ávila pedia e enviava fotos íntimas, tocava e tentava beijar alunas e colegas sem consentimento e chegou a ter relações sexuais com algumas das vítimas, utilizando-se de suas influências profissionais. O professor tinha o poder de conceder ou retirar bolsas de estudos e de alavancar ou destruir a carreira acadêmica de alunas e colegas.

A violência contra a mulher realmente não tem classe social, não tem cor, não tem escolaridade: Nayara, Maria Eduarda, professoras e alunas de universidades federais corroboram dados de pesquisas como a ‘Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado”, da Fundação Perseu Abramo, lançada no final de 2013, mostra que a violência doméstica independe de classe social ou nível educacional.

A violência contra a mulher é patológica em uma sociedade marcada pelo machismo estrutural, em que muitos homens ainda enxergam mulheres como suas propriedades e que acreditam que podem definir os rumos de suas vidas e/ou mortes.

Por Estael Lima
Foto: Internet 
Jornalismo Portal Panorama
panorama.not.br

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