Mulheres que vestem a camisa do agronegócio

Mulheres que vestem a camisa do agronegócio

Rosana de Carvalho – Site PaNoRaMa

No dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher, data importante que foi oficializada a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil em Nova York em 1911, quando morreram carbonizadas cerca de 130 operárias. De lá para cá muitas mudanças ocorreram em todo o contexto social e econômico do planeta e desde sempre, a mulher luta por seu espaço na sociedade, travando batalhas para derrubar vários estereótipos, preconceitos e barreiras impostas ao longo de muitos anos de sociedades estratificadas por gênero.

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No Brasil não poderia ter sido diferente, já que tanto se fala da mulher como símbolo de luta e superação após diversos enfrentamentos políticos, econômicos e sociais. A conquista do voto, do seu lugar na sociedade, de carreiras antes ocupadas apenas por homens e de ser quem realmente é tornam a mulher brasileira cada dia mais empoderada. Mesmo assim, o caminho a percorrer ainda é longo e muitas batalhas são e serão travadas no dia a dia, e desde a mais simples ação no cotidiano até as mais altas decisões, tudo se correlaciona com o respeito, tolerância e quebra de preconceitos.

Portanto, falar no Dia Internacional da Mulher é também falar sobre as suas conquistas e por isso, nada mais certo do que falar da sua importância no agronegócio brasileiro. Este espaço era até certo tempo atrás ocupado em grande maioria por homens e cercado de preconceitos e opiniões no mínimo machistas, porém, como é fato, a história vem tomando novos rumos e atualmente, as mulheres ocupam cada vez mais e de forma significativa, cargos, funções, empregos, lideranças e administrações relevantes em empresas, fazendas, granjas, armazéns e toda cadeia do agronegócio.

Por isso, não é demais falar em mulheres que vão para a lida de madrugada, que acordam antes da maioria e vão para o campo cuidar dos animais e da lavoura, sabendo que cuidam ao mesmo tempo do futuro do país. Não é demais falar em mulheres que administram grandes empresas do agronegócio, que tomam decisões que influenciam todo o setor. Não é demais falar em mulheres de pulso forte, que não se acanham em dizer que gostam e fazem o serviço nas fazendas da mesma forma que um homem, mulheres que não tem vergonha de sujar as mãos ou as roupas.

Esta mulher está em constante evolução, assim como o próprio agronegócio, sendo que ambos caminham juntos, cada vez com mais inovação, conhecimento e poder. Para se ter uma noção, de acordo com um levantamento da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em relação às mulheres que de alguma forma estão inseridas na cadeia do agronegócio, 83% participam de alguma entidade, principalmente de sindicatos rurais, 35% possuem ensino superior completo e 25% ainda têm ensino superior com pós-graduação.

A mulher no agronegócio é, com certeza, sinônimo de empreendedorismo e sucesso, fazendo com muito amor, dedicação e disciplina, o trabalho de criar, produzir, plantar, transformar, distribuir, administrar, os mais diversos produtos gerados por nossa extensa cadeia do agronegócio. Para exemplificar, nossa equipe entrevistou Selvani Zanuzzi (foto capa), Conselheira Fiscal da Comigo e produtora rural, exemplo de superação, trabalho e sucesso, prosperando em uma das maiores cooperativas do país, assim como, evoluindo como agricultora respeitada no município de Jataí. Selvani é casada há 33 anos, está em Goiás há 34 anos e é mãe de dois filhos, ambos engenheiros agrônomos.

Ela define o agronegócio como sua paixão, justamente por ser deste meio. Além disso, participou do primeiro grupo criado na Comigo de formação de Mulheres Cooperativistas e foi convidada em 2016 por Antonio Chavaglia, presidente desta cooperativa, para fazer parte do Conselho Fiscal, sendo então, a primeira mulher a ocupar este cargo na Comigo. Ainda sobre este fato, Selvani observou que no início ocorreu um pouco de resistência visto que os demais cargos sempre foram ocupados por homens, mas que logo foi bem aceita por todos e está em seu segundo mandato de Conselheira Fiscal.

“Eu me sinto muito importante, porque o agronegócio é a sustentabilidade do Brasil e eu vejo a importância da mulher em conhecer, participar e poder trabalhar neste meio. Além disso, a mulher é mais detalhista e consegue ver coisas no trabalho que nem sempre o homem percebe”, afirmou Selvani sobre o papel do agronegócio e a inserção da mulher neste meio.

Por fim, por conta da data do Dia Internacional da Mulher, Selvani ressaltou que as mulheres devem sempre lutar pelos seus sonhos e devem buscar sempre mais, fazendo o que gostam e sendo felizes.

Rosana de Carvalho
Foto: Vânia Santana
Jornalismo Portal Panorama

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Rosana de Carvalho

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