Leite cru pode esconder perigo invisível: Agrodefesa e SES alertam para casos de brucelose em Goiás

Leite cru pode esconder perigo invisível: Agrodefesa e SES alertam para casos de brucelose em Goiás

Consumo de leite cru e derivados sem inspeção pode transmitir a doença. Órgãos estaduais reforçam ações de prevenção e orientam consumidores sobre escolhas seguras.


Risco silencioso no consumo de leite cru

Nem todo leite “fresco” é saudável. O consumo de leite cru e queijos sem inspeção ainda representa um risco silencioso: a brucelose, uma doença infecciosa que pode atingir humanos e causar sérias complicações.
Por isso, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) alertam para os perigos da enfermidade e reforçam a importância de consumir apenas produtos com selo de inspeção oficial.

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Prevenção começa nas fazendas

A Agrodefesa atua desde o campo até a comercialização dos alimentos. O trabalho inclui o registro de rebanhos, a orientação técnica aos produtores e a fiscalização da vacinação obrigatória de fêmeas bovinas e bubalinas entre três e oito meses de idade.
Essa imunização previne novos focos da doença e mantém a produção dentro dos padrões sanitários. Além disso, a equipe também fiscaliza laticínios, comércios e pontos de venda informais, garantindo que os alimentos sejam seguros para o consumo.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, destaca que o sistema de defesa sanitária goiano une educação, rastreabilidade, vacinação, monitoramento e inspeção. “Trabalhamos para proteger a saúde da população e manter a economia goiana forte. Nosso objetivo é garantir que o alimento que chega à mesa dos goianos seja seguro e de qualidade”, afirmou.


Vacinar o rebanho é proteger a economia

A gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo, explica que a vacinação contra brucelose é a principal barreira contra a doença. “Cada dose aplicada protege o rebanho, evita prejuízos e fortalece a imagem positiva da pecuária goiana. O produtor que vacina investe na saúde e na credibilidade do seu negócio”, ressaltou.


Fiscalização garante produtos seguros

A Agrodefesa também realiza inspeções rigorosas em indústrias e laticínios. O processo verifica as boas práticas de fabricação, o uso exclusivo de leite pasteurizado e a origem certificada da matéria-prima.
Segundo o gerente de Inspeção, Paulo Viana, o selo de inspeção é a garantia de segurança alimentar. “Produtos de origem animal sem registro podem esconder perigos invisíveis, como a brucelose. O consumidor deve sempre escolher alimentos fiscalizados”, enfatizou.

Além disso, os queijos artesanais produzidos com leite cru precisam atender regras específicas. Nesses casos, o leite deve vir apenas de propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose. Dessa forma, o produto mantém a tradição, mas com segurança para o consumidor.


Sintomas e transmissão da doença

A brucelose pode ser transmitida pelo consumo de leite cru e derivados sem inspeção ou pelo contato direto com animais infectados. Segundo o coordenador de Zoonoses da SES-GO, Fabrício Augusto de Sousa, a doença provoca febre prolongada, fraqueza, perda de apetite, dores nas articulações e suores noturnos com odor forte.
“Muitos confundem os sintomas com os da gripe ou da dengue, o que atrasa o diagnóstico”, explicou.

Embora mais comum em áreas rurais, o risco também existe nas cidades. Produtos vendidos em feiras e mercados informais podem estar contaminados. Por isso, Sousa reforça a importância da prevenção: “Beber leite pasteurizado, verificar o selo de inspeção e usar luvas ou máscaras ao lidar com animais são medidas simples, mas essenciais para evitar a doença”, completou.


Casos exigem atenção e conscientização

Dados da SES-GO, com base nos sistemas Sinan e SIM, indicam que 34 casos de brucelose humana foram registrados em 2024. De janeiro a setembro de 2025, já são 24 casos confirmados.
Entretanto, o número real pode ser maior, pois muitos casos não são notificados. Dessa forma, as autoridades reforçam a importância da vigilância e da informação para evitar novos registros.

A conscientização do produtor e do consumidor é essencial para reduzir os riscos. Por isso, os órgãos estaduais mantêm campanhas educativas e ações conjuntas de inspeção. A meta é garantir que Goiás continue entre os maiores produtores de leite do país, sem abrir mão da segurança e da saúde pública.

Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7

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Gessica Vieira

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