Muitos e muitos quilômetros de distância da Grécia, não impedem que Goiás, no Centro-Oeste brasileiro, tenha a própria “Atenas”, com riquezas culturais e intelectuais tão reverenciáveis quanto.
Localizado a 85 km de Goiânia, o município de Silvânia conta com uma história única e que data, desde meados de 1774, quando, com a descoberta das jazidas de ouro, um pequeno povoado foi estruturado, batizado de Nosso Senhor do Bonfim, em homenagem a uma imagem sacra trazida por migrantes baianos.
O título de “Atenas de Goiás”, em alusão à cidade grega dedicada à deusa da sabedoria, foi adquirido em meio a um contexto de constante expansão do povoado, graças a chegada de uma estação da célebre Estrada de Ferro, mas principalmente por conta do Ginásio Anchieta, inaugurado em 1926, e do Instituto Auxiliadora, em 1937.
Um dos principais impulsionadores do progresso da vila foi Dom Emanuel Gomes de Oliveira, o primeiro arcebispo de Goiás. Apaixonado pelo conhecimento e defensor da educação, o religioso escolheu Silvânia como seu lar permanente no início da década de 1930, encantado pelo clima e pela paisagem local.
Alguns estudiosos sugerem até mesmo que o religioso chegou a defender a ideia de que Bonfim se tornasse a capital do estado, em substituição à Cidade de Goiás. No entanto, o projeto de uma nova capital resultou na fundação de Goiânia, em 1933.
Foi somente em 1943 que Bonfim adotou oficialmente de Silvânia, em virtude da família Silva, à época bastante influente na região.
“Figuras proeminentes de Goiás frequentaram o Ginásio Anchieta e o Instituto Auxiliadora, evidenciando a influência marcante dessas instituições na história local, estadual e até nacional. Nomes como Americano do Brasil, Coronel Pirineus, Brás Abrantes e José Caixeta são apenas alguns exemplos”, afirmou Alessandra Carneiro do Nascimento, presidente do Conselho Patrimônio Histórico Cultural de Silvânia.
Atualmente, a economia de Silvânia depende fortemente do agronegócio, tornando-a um dos principais produtores de soja, milho e sorgo do estado.
Além disso, desde a década de 1930, Silvânia se destaca por ser um grande centro de produção de tijolos que se diferencia pela extração de areia — recurso fornecido aos grandes centros vizinhos.
Assim como muitas outras cidades do sertão brasileiro, o município desfruta de um cotidiano tranquilo e tranquilo. A arquitetura local ainda mantém características do final do século XVIII, com edifícios históricos que datam do século XIX e início do século XX, visíveis em toda a cidade.
Por fim, a cidade ainda conta com belos pontos turísticos, que têm grande importância na economia local.
“Temos praias e cachoeiras abertas à visitação. Outros pontos que atraem muitos visitantes são a Estação Ferroviária Caturana e o mirante do Cristo, ambos na entrada da cidade. Se o visitante quiser conhecer a história de Goiás, temos a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim com o Museu de Arte Sacra”, apontou Alessandra.
Por Davi Galvão
Foto: Divulgação
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