Jovens ficam cegos após consumirem bebidas adulteradas com metanol

Um grupo de amigos sofreu intoxicação grave após consumir bebidas adulteradas com metanol em São Paulo. O caso mais sério foi o de um jovem de 27 anos, que perdeu a visão depois de beber gin comprado em uma adega na zona sul da capital. Ele chegou a apresentar quadro de consciência rebaixada e precisou de ventilação mecânica no hospital.
A confraternização aconteceu na madrugada de 31 de agosto, no bairro Jardim Guanhembú, próximo ao Sesc Interlagos. Cinco pessoas, com idades entre 23 e 27 anos, consumiram a bebida alcoólica. Quatro precisaram de atendimento médico. Segundo relatos, o jovem que ficou cego teria ingerido o gin puro, enquanto os demais misturaram a bebida com energético ou gelo.
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Familiares informaram que tanto ele quanto uma jovem de 25 anos receberam diagnóstico de intoxicação por metanol. O caso foi registrado na 48ª Delegacia de Polícia, no distrito Cidade Dutra, zona sul da capital paulista.
Embora o episódio não tenha resultado em mortes, o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) confirmou, no último sábado (27), dois óbitos por intoxicação com metanol em São Paulo — um na capital e outro em São Bernardo do Campo. Desde junho, já foram oficialmente registrados seis casos no estado, e outros dez seguem sob investigação.
Na residência da vítima, a polícia apreendeu duas garrafas de gin, além de outras 14 encontradas no estabelecimento onde o produto foi adquirido. Funcionários da adega afirmaram que a mercadoria teria vindo de uma distribuidora da região, mas não apresentaram notas fiscais. O proprietário estava viajando e deve prestar depoimento nos próximos dias.
Segundo especialistas, o metanol é comumente utilizado em bebidas falsificadas para baratear a produção e aumentar o teor alcoólico. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que, em 2022, o crime organizado movimentou cerca de R$ 56,9 bilhões com a falsificação de bebidas — valor superior ao faturamento da Ambev no mesmo período.
Ainda conforme o estudo, facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho estariam diretamente envolvidas nesse tipo de esquema criminoso. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que as garrafas apreendidas estão em análise e que o caso segue em investigação.
Por Victor Santana Costa
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7
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