Como já disse a vocês, em maio de 1848, o fazendeiro Francisco Joaquim Vilela doou terras para a construção de uma capela em homenagem ao Divino Espírito Santo, com a construção da capela, surgiu o povoamento, próximo aos córregos Jataí e do Sapo. A primeira rua foi a chamada Rua do Sapo, hoje denominada Rua Jerônimo Silva. A região da rua Jerônimo Silva até a altura da Praça da Maromba, naquela época chamada de Largo da Cadeia, foi o núcleo inicial da cidade.
Apesar de ser um espaço urbano com mais de 170 anos, Jataí infelizmente não conta com muitas estruturas arquitetônicas preservadas. O imponente prédio que dava nome ao largo que citei anteriormente, que agregava a câmara municipal e a cadeia pública, construído em 1885, foi demolido nos anos 1960 e é só um dos inúmeros exemplos de construções históricas do município que foram perdidas ao longo do tempo.
Casa de Câmara e Cadeia – demolida na década de 1960
Acervo: Museu Histórico de Jataí
Segundo alguns estudos, o objetivo da criação dos núcleos com características minimamente urbanas tem como objetivo a legitimação da ocupação das terras pelos fazendeiros pioneiros. Para o professor Rafael Alves Pinto Júnior, do Instituto Federal de Goiás, o povoado dessa época era uma simples extensão do espaço rural, até mesmo com traços arquitetônicos que reproduziam as edificações rurais, os moradores viviam nas fazendas e estavam na cidade para atividades religiosas e políticas, mas aquele não era seu lugar de vivência efetiva.
Ainda segundo o professor, a partir de 1918 é que Jataí realmente ganha ares de cidade e aparecem construções associadas ao moderno. Ruas mais largas e prédios com características arquitetônicas inovadoras para os parâmetros até então visíveis no povoado. Um bom exemplo é o prédio do Açougue Municipal, que foi construído em 1933.
Açougue Municipal
Acervo: Museu Histórico de Jataí
Uma das curiosidades é que por um longo período não havia água encanada na área urbana. O chamado rego público, era a única forma de a água chegar mais próximo das residências naquele período, assim eram abertas valetas que permitiam a condução da água. Um dos lugares de onde era extraída água era a nascente conhecida como Olhos d’água, onde hoje se localiza o Centro Cultural Basileu Toledo, na Avenida Goiás. Na imagem abaixo podemos ver um banhista na fonte do local, no ano de 1917.
Olho d’água
Acervo: DC Mello
Curtiu conhecer um pouquinho dessas histórias da cidade? Não perca a última parte da nossa homenagem aos 126 anos de Jataí.
Por Estael Lima
Foto capa: Museu Histórico de Jataí
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