15 de dezembro de 2024
Frutas brasileiras como o açaí e guaraná também estão na lista das melhores do mundo; confira.

Há quem diga em Goiás que jabuticaba só é ruim quando acaba. Prova disso é que a singularidade do sabor dela foi reconhecida não apenas pelo goianos, mas também pelo mundo. A jabuticaba foi eleita a melhor fruta brasileira e a segunda melhor do mundo, de acordo com o ranking divulgado pelo site TasteAtlas, com a lista atualizada no dia 16 de novembro deste ano. As avaliações são feitas por usuários do site, que experimentam pratos e ingredientes típicos de todos os países.

A fruta teve uma avaliação de 4,7 estrelas de um total de 5 possíveis, perdendo apenas para o mangostim ou mangostão, “uma fruta da Indonésia caracterizada por uma casca firma, roxa escura, de interior branco e comestível”, descreveu o site.

Outra fruta brasileira que apareceu no ranking foi o açaí, conquistando o sétimo lugar com a nota 4,5. O guaraná também ganhou o prestígio dos usuários, que o colocaram na 41ª posição na lista:

  1. Mangostão;
  2. Jabuticaba;
  3. Deglet Nour (Tâmara);
  4. Rodakina Naoussas (Pêssego);
  5. Truskawka kaszubska (Morango);
  6. Wiśnia nadwiślanka (Cereja);
  7. Açaí;
  8. Lúcuma;
  9. Limão de Sorrento;
  10. Manduri Chiou.

Maior pomar de jabuticaba do mundo

Nativa da Mata Atlântica, a fruta deu certo no Cerrado. E além do Brasil, outros países da América do Sul também cultivam a jabuticaba, como Argentina e Uruguai.

Com 128 produtores cadastrados, mais de 67 mil pés de jabuticaba, dos quais passam de 51 mil já em produção, e safra anual de 2,867 mil toneladas, Hidrolândia, na Região Metropolitana de Goiânia, investe em projeto para conseguir a Indicação Geográfica (IG) na produção de jabuticabas, reconhecimento feito pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

A Fazenda Jabuticabal, no Distrito de Nova Fátima, é considerada a maior plantação do fruto do mundo. A propriedade pioneira tem 42 mil jabuticabeiras distribuídas em uma área de 100 hectares, realizando atividades de ecoturismo desde a década de 1960, chegando a receber atualmente mais de 2 mil pessoas em um único final de semana.

A safra de jabuticaba em Goiás tem duração de três meses – de setembro a novembro. As famílias escolhem passar o dia na sombra, descansando ao ar fresco e saboreando as frutinhas diretamente do pé.

Falta descrição científica

Contudo, é curioso que a espécie de jabuticaba ainda não tem descrição científica, mas ganhou a denominação popular “Pingo de mel”.

“Falta a parte de anatomia e morfologia vegetal para comparar com espécies já catalogadas, como tipo de folha, altura, caracterização do fruto”, explica o engenheiro agrônomo Tadeu Robson Melo Cavalcante, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IF Goiano), em entrevista para a jornalista Karla Jaime.

Segundo ele, há nove espécies botânicas descritas e também artigo sobre caracterização do fruto da pingo de mel. “Mas não encontrei na literatura como classificar a jabuticaba, quais os critérios”, relata, citando, porém, características como sabor, grau Brix, acidez e volume de água, vindas da área de engenharia de alimentos.

Em Goiás, já se produz vinho, drinks, sorvete e até sanduiche com a fruta. Também há grande interesse da indústria farmacêutica e de cosméticos pelos antioxidantes que existem na casca da jabuticaba.

“E, nós, de Goiás, ansiamos pelas chuvas que outubro traz. Delas, a água, que com o calor acaba, e o gostoso renascer da jabuticaba”, escreveu Breno de Faria, sommelier profissional, crítico gastronômico e colunista.

Por Rodrigo Melo, Karla Jaime
Foto: Fazenda Jabuticabal/Instagram
Jornalismo Portal Panorama
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