O abate Halal é feito seguindo alguns procedimentos específicos de rituais islâmicos. Dessa forma, este tipo de abate deve ser feito totalmente separado do não-halal, sendo executado por um mulçumano mentalmente sadio e conhecedor dos fundamentos do abate de animais no Islã.
De acordo com estes rituais, somente são abatidos animais saudáveis, aprovados por autoridades sanitárias e que estejam em perfeitas condições físicas. Além disso, a frase “Em nome de Alá, o mais bondoso, o mais Misericordioso” deve ser dita antes do abate, o qual é feito com instrumentos próprios para o procedimento Halal. Dessa forma, utilizando uma faca bem afiada, é feito um corte que atinge a traqueia, esôfago, artérias e veia jugular, para que todo o sangue do animal seja escoado e o mesmo morra sem sofrimento.
No Brasil, a procura pelo certificado de abate Halal vem crescendo cada vez mais. Em 2016, este número subiu 12% no país quando comparado ao ano anterior. De acordo com a FAMBRAS Halal, empresa que emite o certificado, este interesse crescente é por conta do aumento das exportações das indústrias alimentícias brasileiras para países islâmicos, os quais exigem tal certificado nos produtos.
Segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, o mercado consumidor mulçumano conta com 1,8 bilhão de pessoas e as exportações brasileiras para estes países são cada vez maiores, como por exemplo, para os Emirados Árabes Unidos em 2016, quando o valor total das exportações foi de US$ 2,23 bilhões e as importações US$ 300 milhões. Entre os produtos exportados, destaque para a carne de frango, açúcar e carne bovina.
Dessa forma, o Brasil já se consolidou como o maior exportador de carne bovina e de frango para países islâmicos. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), 24% de toda a carne bovina exportada pelo Brasil é direcionada aos países árabes, de maioria mulçumana, com destaque ao mercado consumidor do Egito.
Rosana de Carvalho – Site PaNoRaMa