Perfis de menores de 18 anos serão automaticamente privados e usuários não receberão notificações após as 22h.

A partir desta terça-feira (11), o Instagram vai começar a reconfigurar automaticamente as contas de adolescentes no Brasil e em outros países da América Latina. Os perfis dos usuários com menos de 18 anos passam a ter uma série de restrições, as quais só poderão ser retiradas com a autorização dos pais.

As restrições às contas de usuários adolescentes foram anunciadas no fim do ano passado após a Meta, dona do Instagram, ter recebido processos judiciais e críticas da comunidade científica por ser acusada de estar ciente de que a rede social é potencialmente danosa para saúde mental de jovens, em especial as meninas.

O Instagram havia anunciado a proteção automática das contas de adolescente em setembro do ano passado. A mudança nas configurações já teve início nos Estados Unidos, mas começa a acontecer no Brasil a partir desta terça-feira.

A empresa não divulga quantos adolescentes têm conta no Instagram, mas o Brasil é um dos países mais ativos na plataforma, o que deve ajudar a aperfeiçoar o controle das restrições e a regulagem de algoritmo.

Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil, 38% dos adolescentes de 13 a 14 anos dizem que o Instagram é a rede social que mais usam. Entre os de 15 a 17 anos, são 62%. Juntos, eles somam mais de 7,7 milhões de usuários.

A chamada Conta de Adolescente vai passar a ser instalada automaticamente nos usuários com menos de 18 anos. A idade mínima para utilizar a plataforma é 13 anos.

O que muda na prática

As mudanças que começam a ser implementadas entre os adolescentes vão tornar todas as contas novas e existentes em privadas por padrão, assim elas só poderão receber mensagens, marcações e menções de seguidores e conexões existentes.

O Instagram também vai impedir que adolescentes recebam notificações entre as 22h e as 7h. Também disse que essas contas terão configurações mais restritivas para conteúdo sensível, como postagens com nudez ou violência ou que promovam procedimentos estéticos nas abas Explorar ou Reels.

“Vamos ter um filtro mais restrito para o conteúdo que os adolescentes podem acessar, ou seja, eles não vão ver conteúdos que não violam nossas políticas, mas que estão no limite do que permitimos ou pode ser sensível para menores. Por exemplo, conteúdos que podem contribuir para dismorfia corporal ou transtornos alimentares vão ficar mais restritos. O mesmo vale para conteúdo sexualmente sugestivo”, diz Antigone Davis, vice-presidente global de Segurança e Bem-Estar da Meta.

Adolescentes com menos de 16 anos só vão conseguir alterar essas configurações e retirar as configurações com autorização dos pais. Ou seja, vão precisar atrelar suas contas à de um adulto responsável para autorizar a mudança.

Especialistas já haviam apontado que mudanças assim podem ajudar, mas jogam nos pais uma responsabilidade que deveria ser das big techs: a maior regulação nas plataformas. Sobre essas críticas, Antigone nega que a empresa esteja se abstendo de suas obrigações.

“A última coisa que estamos fazendo é fugir de nossas responsabilidades. Estamos implementando um controle de conteúdo sensível, colocando em prática proteções automáticas para menores. Queremos que os pais saibam que todos os adolescentes estão mais protegidos e, caso queiram, os pais podem se envolver mais nesse processo.”

Além das configurações automáticas, os pais podem, por exemplo, aumentar o tempo de restrição das notificações, acessar com quem os filhos estão conversando (ainda que não possam ver o conteúdo das mensagens) ou definir um tempo máximo de uso diário do Instagram.

“Os pais que desejarem estar mais envolvidos terão as ferramentas necessárias para educar seus filhos online. Eles agora terão disponível nossos sistemas de supervisão para usar como acharem mais condizente, podem restringir o uso por 1 ou 2 horas ao dia ou estabelecer que o aplicativo não pode ser usado durante o período de aula”, disse.

Fonte: Mais Goiás
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7

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