
COMUNICAÇÃO/PMJ
Na manhã de quinta-feira (14), o Hospital das Clínicas Dr. Serafim de Carvalho (HCSC) recebeu a visita de representantes da imprensa local, incluindo nossa equipe, para conhecerem toda a estrutura, os serviços prestados, as reformas de ampliação, os novos equipamentos e os programas desenvolvidos pelo hospital. Falou-se também sobre a atual situação financeira que o hospital se encontra, e sobre as críticas da população em redes sociais.
Um dos destaques, quanto à estrutura, é a área de terapia intensiva, que foi ampliada e agora busca atender a ala neonatal. Existe uma grande necessidade desse tipo de tratamento na rede de saúde pública.
Então, o processo de habilitação para essa ala será mais demorado e demandará maior investimento por parte do Ministério da Saúde. Porém, mesmo com esses obstáculos, o HCSC consegue manter o recém-nascido na incubadora por dois ou três dias, até que ele seja encaminhado para outra UTI, coisa que a maioria das cidades da região não conseguem ainda.
O laboratório também está sendo ampliado, e novos equipamentos estão aguardando para serem usados, como o novo tomógrafo, considerado o mais moderno da cidade. Até que a reforma termine e o tomógrafo possa ser utilizado, o hospital conta com prestadores de serviços terceirizados, que buscam dar continuidade ao atendimento à população. Nesse caso, por exemplo, o Hospital Padre Tiago está realizando as tomografias necessárias.
Com relação à parte financeira, foram apresentados gráficos e explicações claras sobre a receita e as despesas operacionais da instituição. É importante lembrar que todo cidadão tem direito à saúde, e é dever do Estado assegurá-lo. Esse compromisso é chamado de tripartite, pois é obrigação conjunta do Governo Federal, Estadual e Municipal.
Em 2018, a receita da Secretaria Municipal de Saúde de Jataí teve repasse de cerca de 36 milhões pelo Ministério da Saúde, 2 milhões pelo Governo do Estado, 712 mil pela Vigilância Sanitária e 54 milhões pelo Município. As despesas operacionais do HCSC só com funcionários efetivos, comissionados e credenciados foi de aproximadamente 52 milhões de reais.
Hoje, o hospital tem adotado medidas de economia e contenção, como projetos de instalação de poço artesiano e gerador, e também em relação à impressão de exames. Antes, todo exame de radiologia era impresso, custeando 8 reais cada. Agora, eles são enviados diretamente para os computadores dos médicos e só são impressos se o paciente for buscar, o que acontece só em 30% dos casos.
A equipe do hospital também esclareceu a principal reclamação da população: a demora no atendimento. O Sistema Único de Saúde (SUS) busca oferecer acesso universal à saúde e atendimento com equidade, por isso os protocolos de classificação de risco são utilizados. O HCSC é um hospital de urgência e emergência, mas recebe diariamente 75% de pacientes classificados como verde e azul, ou seja, com menor índice de prioridade.
Como isso acontece, eles acabam sendo atendidos depois dos casos urgentes, fazendo com que haja uma demora no atendimento. Segundo a coordenadora do serviço de enfermagem, essa situação seria facilmente resolvida se esses pacientes passassem primeiro pela Unidade Básica de Saúde ou pela UPA, antes de ir direto ao hospital. Assim, o atendimento seria menos sobrecarregado e mais eficaz.
Por fim, o Secretário de Saúde, doutor Luiz Carlos Bandeira, se pronunciou. Ele afirma que pretende “Manter o que já está sendo realizado e melhorar em muitos aspectos”. Sobre a visita da imprensa, disse ser uma oportunidade de divulgação honesta do trabalho que vem sendo realizado no hospital, uma vez que algumas “reclamação levianas” têm sido feitas.
Bandeira conta que o repasse de verba estadual não tem sido feito há 15 meses, e a prefeitura é quem tem mantido o hospital em funcionamento. Quando questionado sobre a CPI da Saúde Municipal, afirma que vê com pouca vantagem a nível municipal, e defende que deveria ser a nível estadual, de onde não tem vindo o repasse de verba.
“[…] para isso temos a CPI, para investigar porquê não está vindo o repasse há quinze meses da parte estadual do custeio da saúde. Aí a CPI deveria ser instalada. Essa agora não vejo muita vantagem, eu estive pessoalmente com o Secretário Estadual da Saúde e vejo muita responsabilidade. Porém o problema da saúde não é local,regional e tampouco estadual, é em nível nacional. Não tenho previsão que vá melhorar a curto prazo. Caiado estabeleceu calamidade financeira e tem 6 meses pra colocar a casa em ordem” finaliza Bandeira.
Por fim, os diretores do Hospital das Clínicas reforçam à comunidade jataiense que o HCSC está sempre de portas abertas àqueles que quiserem conhecer de perto as ações realizadas pelo hospital.
Larissa Pedriel
Foto Capa: PMJ
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