O evento abordou estratégias para produção de uma silagem mais nutritiva e rentável

No dia 15 de junho, foi realizado o workshop “Produção de Silagem de Qualidade: Da Teoria à Prática”, na fazenda Abomel, onde o produtor Silomar Cabral trabalha com a produção e comercialização de silagem.

“Então a gente está aqui hoje vendo esses números, o que tem de última tecnologia, para produzir uma silagem de boa qualidade para o produtor”, afirmou Silomar, na ocasião.

Muitos só produzem silagem para consumo do próprio gado, ou pensam que o processo é simples, deixando de tomar alguns cuidados que prejudicam o rendimento da produção.

O Workshop, dessa forma, abordou estratégias para aumentar a tecnificação e rentabilidade, para produção de uma silagem mais nutritiva, tanto para consumo próprio, mas especialmente para comercialização.

O evento, como o próprio nome sugere, contou com uma parte teórica, com palestra ministrada pelo Dr. Thiago Fernandes Bernardes, agrônomo e professor no Departamento de Zootecnia da Universidade de Lavras (UFLA), e também com uma parte prática, com visita pela propriedade. Houve a participação de consultores e estudantes do setor, e o foco foi o silo de planta inteira de milho.

Foram dadas diversas dicas, informações e recomendações aos produtores e estudantes. A princípio, o produtor deve pensar em qual híbrido investir, uma vez que este interfere diretamente na saúde do animal.

O momento de colheita também é crucial, porque pode influenciar tanto no bolso do produtor quanto na qualidade da silagem. Se for realizada precipitadamente, pode gerar menor acúmulo de amido, fazendo com que seja necessário o uso de outras fontes que supram a demanda pelo nutriente. Já se ele optar pela colheita acontecer tardiamente, pode ocorrer mais fermentação do que o ideal para silagem.

Uma vez que a colheita é definida, o produtor deve começar o monitoramento para acompanhar a quebra de grãos e a distribuição das partículas nas peneiras. A amostragem pode ser feita com uma garrafa plástica.

Além do valor nutricional, é necessário que a silagem incentive a mastigação do animal. Se essa disposição não for adequada, vai permitir que o animal selecione o que comer, reduzindo a produtividade.

No momento de vedação e preservação do valor nutricional, a lona deve ter proteção contra raios UV e deve ser resistente contra rasgos e furos. Uma dica é que o produtor use uma caneta para testar no momento da compra, a lona mais difícil de ser danificada deve ser escolhida.

Para refinar ainda mais o manejo, ele pode optar por colocar um filme com barreira de oxigênio, para evitar que a deterioração da silagem com o tempo. A recomendação atual para desabastecer, varia de acordo com a densidade.

O evento foi de extrema importância, seja para estudantes, que vão para o mercado de trabalho, para profissionais da área e, especialmente, para os produtores.

Para a professora universitária Vera Lúcia Banys, a participação de um pesquisador de outra região contribuiu em muito para o aprendizado dos acadêmicos.

“Trazer um pesquisador de fora é muito enriquecedor, porque ele traz novas experiências, de outras universidades, de outros países. E isso permite mostrar, não só para os alunos, mas também para os técnicos e produtores, metodologias de acompanhamento para a produção de silagem de qualidade, monitoramento da colheita e adequação de uso da silagem, que é um alimento caro para ser produzido”, elencou Vera Lúcia.

Taynara Pedrosa, acadêmica, também comentou: “Muito importante, hoje na nossa região a produção de bovinos, tanto de corte quanto de leite, é muito grande. Esse evento com esse tema é de extrema importância para todos nós, tanto alunos como produtores”.

Silomar Cabral reforçou a ideia com a perspectiva de planos para o futuro: “A gente tem um propósito de, daqui um tempo, oferecer para o pecuarista e para o pequeno produtor, a venda de resultados, e, para vender resultados, vão vender genética, alimentação e, principalmente, orientação técnica. Por isso, esses futuros profissionais que estão presentes aqui hoje serão de grande valia, tanto para eles, quanto para os produtores rurais.”

Em quesito de orientação técnica, foi enfatizado que o trabalho deve ser conjunto entre produtor e consultor. Marco Guagnoni, consultor da Fazenda Abomel elencou:

“Dá para observar, bem nítido, a evolução da produção e a evolução da qualidade do que está sendo produzido aqui dentro. Então, o produtor hoje está sendo envolvido nessa rotina e a gente, com essa visão de fora, consegue contribuir para ter mudanças de processo, mudanças com melhorias tanto em produtividade quanto em qualidade do que está sendo produzido.”

O evento foi realizado pela FAEG Jataí e pelo Núcleo de Estudos em Ferrageiras Tropicais (NEFOT), com apoio do Curso de Zootecnia da UFJ. Ademais, contou com o patrocínio do Portal Panorama, Riber, Tirentulho Confiança e Agropecuária Jataí.

Larissa Pedriel
Fotos: Vânia Santana
Jornalismo Portal Panorama
panorama.not.br

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