Grupo CAOA busca nova aliança para manter produção em Goiás

Grupo CAOA busca nova aliança para manter produção em Goiás

O setor automotivo brasileiro vive um momento decisivo após a ruptura de uma parceria estratégica entre o Grupo CAOA e uma montadora chinesa que prometia revolucionar o mercado nacional. A decisão, confirmada em julho de 2025, levou a empresa brasileira a buscar novas alianças com gigantes da indústria automotiva da China para manter ativa a produção na fábrica localizada em Anápolis, Goiás.

Com o fim da colaboração — que se somou às já encerradas parcerias com Hyundai e Subaru —, a CAOA se vê pressionada a encontrar rapidamente um novo parceiro industrial para evitar a ociosidade na planta goiana e garantir a continuidade de empregos e atividades na região.

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Diante disso, as atenções se voltaram para duas potências chinesas: a BAIC (Beijing Automotive Group Co.) e a Changan Automobile. Ambas possuem ampla atuação global e portfólios robustos, com modelos alinhados às demandas do consumidor brasileiro. A movimentação foi reforçada após o flagrante, nas ruas do país, de um protótipo do Beijing X55, SUV da BAIC, circulando em testes. O registro foi feito por Bruno Paschoal, e segundo especialistas, trata-se de uma fase comum antes do anúncio de acordos comerciais.

Desde o início de 2024, a CAOA tem intensificado negociações com diferentes fabricantes, numa tentativa de reposicionar sua atuação no competitivo mercado nacional. A chegada de novas marcas ao Brasil e o fortalecimento da concorrência acirraram a necessidade de reformulação.

Modelos como a picape Changan Hunter e o SUV Avatr 11, também vistos em testes próximos à fábrica de Anápolis, indicam a movimentação intensa nos bastidores. Essas ações mostram a determinação da CAOA em manter a planta ativa e relevante, gerando renda e empregos diretos e indiretos no Centro-Oeste.

O cenário se complica ainda mais com as mudanças na relação com a Chery. A aliança que resultou na criação da marca CAOA Chery vem sendo reformulada, especialmente após a chegada ao país das linhas OMODA & JAECOO e da expectativa de entrada da Jetour. Fontes do setor indicam que, caso a Chery assuma integralmente as operações nacionais, a CAOA ficaria responsável apenas pela marca Exeed, voltada ao público premium.

Tecnologia e desempenho: Beijing X55 no radar brasileiro

Considerado uma das apostas da BAIC para o Brasil, o Beijing X55 é um SUV compacto que reúne design arrojado, alta eficiência mecânica e tecnologia de ponta. Equipado com motor 1.5 turbo, o modelo entrega cerca de 177 cv de potência e torque elevado, associado a uma transmissão automática de dupla embreagem com sete marchas.

Segundo dados da fabricante, o modelo é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 8 segundos, com consumo médio entre 12 e 13 km/l. Em termos visuais, o X55 impressiona com grade frontal 3D, iluminação full LED, maçanetas retráteis e teto panorâmico. No interior, o destaque é o painel digital duplo, bancos com revestimento premium, comandos por voz, iluminação ambiente e assistente de estacionamento.

O espaço interno e o porta-malas de 350 litros reforçam o apelo funcional do utilitário, que busca se posicionar fortemente no crescente segmento de SUVs médios no Brasil. Especialistas apontam que o modelo pode atrair consumidores interessados em conectividade e sofisticação, além de consolidar ainda mais o avanço das marcas chinesas no país.

Fábrica de Anápolis segue como trunfo estratégico para a CAOA

Fundada há mais de uma década, a planta de Anápolis é considerada peça-chave na operação da CAOA. Sua infraestrutura é adequada para a produção em larga escala, o que a torna atrativa para novas montadoras interessadas em ingressar ou expandir participação no mercado brasileiro.

A permanência da operação em Goiás é essencial para a economia local, pois impacta diretamente milhares de empregos e movimenta uma cadeia produtiva regional.

Nesse contexto, o grupo reforça seu compromisso com a produção nacional e aposta em parcerias estratégicas para enfrentar os desafios impostos por um setor em transformação, marcado por eletrificação, conectividade e demanda por inovação.

A definição da nova parceira — seja a BAIC, a Changan ou outra gigante — deve ser anunciada nos próximos meses e promete redefinir os rumos da indústria automotiva no Brasil, especialmente no que se refere à oferta de SUVs com tecnologia de ponta e preços competitivos.

Por Victor Santana Costa
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7

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Víctor Santana Costa

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