O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira (7), que poderá tomar medidas drásticas para conter a alta dos preços dos alimentos no Brasil. Durante um evento em Campo do Meio (MG), Lula destacou sua preocupação com o aumento do preço dos ovos e apontou os atravessadores como um dos responsáveis pela elevação dos custos para os consumidores. No entanto, o presidente não especificou quais ações o governo pretende adotar.
“Eu quero encontrar uma explicação para o preço do ovo. O ovo está saindo do controle. Uns dizem que é o calor, outros dizem que é exportação, e eu estou atrás [da explicação]”, afirmou Lula. Ele ressaltou que a intenção do governo é buscar uma solução pacífica para reduzir os preços, mas, se necessário, adotará medidas mais rigorosas. “O que interessa é levar comida barata para a mesa do povo brasileiro. A gente não quer que o produtor tenha prejuízo, mas sabemos que há atravessadores no meio. Entre o produtor e o consumidor, deve ter muita gente interferindo nos preços, e nós vamos descobrir quem são os responsáveis”, disse.
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Segundo Lula, entre janeiro de 2023 e janeiro de 2025, o valor da caixa de ovos com 30 dúzias variou em torno de R$ 140. Em fevereiro deste ano, o preço saltou para R$ 210. “Eu quero saber por que ela deu esse salto. Quem é que meteu o bedelho e chutou a bola para cima?”, questionou.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) explicou que o aumento do preço dos ovos pode ser atribuído a fatores sazonais, principalmente no período da quaresma, quando cresce o consumo do produto em substituição às carnes vermelhas. A entidade também citou o aumento dos custos de produção, incluindo o preço do milho e das embalagens, além das altas temperaturas, que impactam na produtividade das aves.
Apesar da elevação dos preços, a ABPA acredita que o mercado deve se normalizar após o fim da quaresma, quando o consumo das diversas proteínas se equilibra novamente. A associação também destacou que, embora as exportações de ovos estejam em crescimento, seu impacto na oferta interna é mínimo, representando menos de 1% da produção.