Goiás possui 125,6 mil veículos com restrição por furto ou roubo

Goiás possui 125,6 mil veículos com restrição por furto ou roubo, o que representa praticamente três a cada cem veículos da frota do estado. Do total de veículos nessa situação, 58,3 mil (46,4%) são de Goiânia. Com a restrição, os veículos não podem ser transferidos ou licenciados. A polícia aponta que a restrição facilita o trabalho dos agentes durante paradas e fiscalizações, além de contribuir para a desarticulação de organizações criminosas.

O número de restrições refere-se à cidade na qual o veículo está registrado e não ao local onde ocorreu o furto ou roubo. Como exemplo, no caso de um veículo registrado em Goiânia e roubado em São Paulo, o registro do roubo vai estar no sistema do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) como em Goiânia, pois o sistema é voltado para os dados do veículo.

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De acordo com o Detran-GO, essas informações ficam armazenadas no sistema da autarquia, que é alimentado pela Polícia Civil ou Polícia Militar. “As restrições são geradas automaticamente quando registrada a ocorrência de furto ou roubo de veículo. Há comunicação automática entre o sistema de Registro de Atendimento Integrado (RAI) e o Detran”, explica Danillo Martins, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA).

O sistema de veículos é nacional. Quando um veículo passa a ter restrição de furto ou roubo, ele não pode ser movimentado no sistema. Não existe prazo de “prescrição” para a manutenção da restrição. Para ela ser retirada do sistema, o veículo precisa ser recuperado e entregue ao proprietário.

“Não há outra hipótese. Essa restrição não protege só a vítima, mas também o trabalho da polícia. Evita que esse veículo seja clonado e transferido como se fosse um novo carro, dá a possibilidade de que ele seja identificado como produto de crime em uma abordagem e permite a identificação de peças desse veículo que estejam sendo revendidas em desmanches”, aponta Martins.

O delegado destaca que as restrições são fundamentais para o trabalho policial. “É o que permite que o veículo seja identificado como produto de furto ou roubo em qualquer abordagem ou pesquisa nos sistemas. Sem a restrição, é muito mais improvável um carro furtado/roubado ser recuperado. Importante citar que a restrição é nacional, então em qualquer local que o carro seja localizado, o policial terá a informação que se trata de produto de crime.”

Martins conta que é muito raro que os veículos furtados ou roubados continuem circulando com a placa original. “Normalmente, ou são desmanchados ou transformados em clone”, enfatiza. Entretanto, quando há a identificação da circulação desses veículos como, por exemplo, por meio da aplicação de multas, normalmente as autoridades policiais são informadas.

“No tocante a tentativa de transferência, é obrigatória a vistoria prévia e quando constatado que o veículo pode ser produto de crime, seja pela restrição ou de alguma outra forma, ou se ele apresentar qualquer indício de adulteração em seus sinais identificadores (chassi, placas, numeração de motor, dentre outros), obrigatoriamente o veículo deverá ser encaminhado para a delegacia, onde será apreendido e periciado”, explica o delegado.

Para verificar se um veículo possui restrição por roubo ou furto, o cidadão pode utilizar o aplicativo do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), o Sinesp Cidadão. A plataforma exige somente o login, usando o gov.br. Além da restrição, a plataforma também mostra a placa e os dígitos finais do chassi, que pode ser comparado na tentativa de identificar alguma adulteração de placa, por exemplo.

Queda

Apesar do número alto de veículos com restrição, a quantidade de registros de roubo e furto de veículos em Goiás apresentou queda constante nos últimos anos. De acordo com informações da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), considerando apenas os seis primeiros meses do ano, o número teve redução de 17,8% entre 2022 e 2023. Quando comparado 2018 com 2023, a queda foi de 55,1%.

Martins diz que a explicação para essa redução é multifatorial. “Podemos destacar o desmantelamento de algumas organizações criminosas que atuavam no estado praticando esses crimes, seja para desmanche e revenda de peças, seja para levar (os veículos) para outros estados ou fronteiras de outros países. Além disso, o trabalho tem foco na fiscalização e na revenda de peças usadas de veículos roubados, combatendo o crime de receptação em si”, esclarece.

Reportagem do POPULAR publicada em julho de 2023 mostrou que, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mais recente, a maioria das ocorrências de crimes patrimoniais registraram queda em Goiás, inclusive os roubos e furtos de veículos. Em contrapartida, os estelionatos cresceram 25,5%. Foram 57,1 mil ocorrências, em 2021, contra 72,5 mil, em 2022. Na modalidade por meio eletrônico, o número saltou de 128 para 1,4 mil casos, um aumento de 1.027,2%.

Por Mariana Carneiro
Foto: Tiago Araújo – Portal Panorama
Jornalismo Portal Panorama
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Redação Portal PaNoRaMa

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