A vacinação da população geral por faixa etária decrescente nos municípios goianos deve começar a partir da próxima remessa de vacina que chegar a Goiás. A partir de agora, 30% das doses serão destinadas para a imunização dos grupos prioritários e 70% para as pessoas com idade a partir de 59 anos em ordem decrescente. A expectativa é de que um novo carregamento de doses chegue ao Estado neste fim de semana, o que permitiria que a vacinação por idade começasse na segunda-feira (31).
A decisão foi tomada na reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) no fim da tarde desta quinta-feira (27) depois de a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) aprovar a mudança em âmbito nacional no início da tarde do mesmo dia. A proposta foi feita pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), com o apoio do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), para o Ministério da Saúde.
A discussão sobre o assunto vinha ocorrendo havia uma semana. Um dos principais articuladores da proposta foi o titular da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Ismael Alexandrino. “Não tem mais motivo para a gente ter dose parada”, aponta Alexandrino.
No texto apresentado pelo Conass está definido que os municípios que não tiverem demanda ou ela for diminuída para a imunização dos grupos prioritários, estes poderão iniciar a imunização da população em geral por faixa etária decrescente. Ainda assim, deve ser garantindo o porcentual reservado para os demais grupos prioritários.
Desta forma, as cidades não precisam necessariamente ter terminado a imunização de um grupo prioritário como, por exemplo, as pessoas com comorbidades, nem estar próximas de finalização para começar a vacinar o restante da população. Com isso, todos os municípios goianos já possuem respaldo para começar a vacinar a população geral.
O texto dá abertura ainda para que as decisões referentes à vacinação em cada Estado ocorram com a necessidade apenas do crivo da CIB. “Isso facilita muito, pois cada lugar do País tem uma realidade diferente”, aponta Alexandrino.
O titular da SES-GO explica ainda que isso também abre caminho para que as próprias doses dos grupos prioritários não fiquem paradas. “Os municípios não precisam mais ficar esperando terminar um grupo prioritário para começar outro. Eles podem fazer a vacinação dos grupos de forma concomitante”, relata.
Alexandrino aponta que a medida abre espaço para que a imunização no Estado tenha seguimento de uma maneira mais fluida, respeitando as particularidades de cada município. “Não vamos mais ter aquela discrepância toda de um município com doses paradas enquanto o outro está vacinando.”
Envio
Por enquanto, o envio de doses pelo Ministério da Saúde continuará sendo feito em cima do cálculo proporcional da quantidade de pessoas que compõem os grupos prioritários de cada município. “Receberemos as doses e dividiremos em 70/30”, diz Alexandrino. Depois que todos os grupos forem agraciados, o governo federal começará o envio baseado na população geral de cada cidade.
Nos próximos dias, o Ministério da Saúde vai emitir nota técnica com recomendações e orientações para os Estados e municípios. A CIB e a SES-GO também devem publicar documentos no mesmo sentido repassando orientações para os municípios.
Em Goiânia, a partir da próxima remessa que chegar à capital, a vacinação da população geral a partir dos 59 anos em ordem decrescente já deve ser realizada. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que vai se guiar pela decisão da Comissão Intergestores Bipartite e que “também seguirá com o agendamento para a vacinação.”
Interior
O Conselho de Secretarias Municipais de Goiás já havia sinalizado que alguns municípios do interior estavam enfrentando problemas com uma baixa demanda de vacinação. Um deles era a cidade de Bonfinópolis.
“Abrimos a vacinação para as pessoas com comorbidades. Entretanto, o número estava superestimado, baseado na campanha contra o H1N1 do ano passado. Por conta da baixa procura, abrimos para os professores hoje (quinta-feira, 27)”, relata Diego Castro, titular da SMS do município.
Castro afirma que a possibilidade de vacinar a população geral com 70% das doses que chegarem será muito benéfica para todas as cidades do interior. “Aqui não temos, por exemplo, sistema prisional, nem indústria, nem trabalhadores portuários. Isso reduz muito nossos grupos prioritários. Acredito que logo iremos finalizá-los e vamos avançar para a vacinação da população geral”, explica.
Alexandrino acredita que as mudanças irão solucionar esse tipo de problema. “É claro que ainda temos o fator limitante do envio de doses. Porém, isso vai agilizar muito o trabalho e dar liberdade para os municípios trabalharem.”, finaliza.
Goiânia pesquisa vacinas
A Prefeitura de Goiânia dará continuidade para o inquérito nacional iniciado em março com os trabalhadores da saúde na manhã desta sexta-feira (28), das 8h às 17h, no Aeroporto Santa Genoveva. O público estudado agora será a comunidade aeroportuária.
O estudo é feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG). O intuito é coletar dados para verificar o comportamento das vacinas AstraZeneca e Coronavac após aplicação.
Em março, participaram trabalhadores da saúde vacinados com AstraZeneca de Coronavac. Agora, o estudo será feito com a comunidade aeroportuária que receberá a primeira dose da AstraZeneca (1,8 mil pessoas).
O estudo ocorrerá por meio da coleta de sangue antes da vacina ser aplicada, outra após seis meses e uma terceira com 12 meses. Antes de tomarem a primeira dose da vacina, os participantes do estudo irão preencher um formulário e terão de apresentar documento pessoal com foto, além de credencial aeroportuária válida.
A SMS será a responsável pela vacinação, e a UFG e um laboratório privado, irão juntos processar as amostras de sangue e fazer a análise dos dados.
Fonte: O Popular
Foto Capa: Vânia Santana – Portal Panorama
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