Estado deixou a vice-liderança e passou a ser o terceiro em quantidade de gado em 2022; migração para agricultura é um dos motivos.

Goiás deixou de ter o segundo maior rebanho bovino do País no ano passado. Apesar de ter aumentado seu efetivo de bovinos em 0,5% em relação a 2021, que passou a somar 24,4 milhões de cabeças, o estado perdeu a vice-liderança nacional, posição que ostentava desde 2017, para o Pará, que registrou um incremento de 3,6% em seu rebanho, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2022, divulgada ontem pelo IBGE. Um dos motivos foi a migração de áreas de pastagens para a produção agrícola, por conta do aumento nas cotações das commodities.

Em dezembro do ano passado, Goiás possuía 10,4% do efetivo nacional de bovinos. Nova Crixás tinha o maior rebanho do estado e era o 12º maior entre os municípios brasileiros, com quase 850 mil cabeças, um aumento de 2,2% em relação a 2021. O segundo maior rebanho do estado foi em São Miguel do Araguaia, com 660,1 mil cabeças.

Para o assessor técnico de Pecuária da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), Paulo André Quirino Moreira, um dos fatores que contribuíram para um crescimento mais tímido do rebanho goiano que em outros estados foi o aumento das áreas destinadas à agricultura no estado, o que limitou o crescimento do efetivo goiano.

Mas, mesmo com a redução de áreas para a pecuária, ainda houve um incremento de 0,5% no rebanho goiano por conta do maior emprego de tecnologia. “Ela possibilitou uma maior eficiência produtiva no setor, com a redução no tempo de abate dos animais e um aumento do número de bovinos por hectare”, destaca.

O presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura do Estado (SGPA), Gilberto Marques Neto, confirma que os altos preços de grãos como a soja e o milho, nos últimos anos, incentivaram a migração de uma boa quantidade de áreas de pastagens, com topografia e características favoráveis, para a agricultura em 2022. “Muitos proprietários começaram a plantar ou alugaram suas áreas para outros produtores. Esta migração ocorreu em todo o País, mas deve ter sido maior aqui do que no Pará”, destaca.

Com a alta dos preços dos grãos, a ração também passou a pesar mais no custo de produção, sendo outro fator que pode ter levado muitos pecuaristas a fazerem esta migração para a agricultura, em busca de uma maior remuneração para suas propriedades. “Atualmente, com a queda das commodities, a preocupação é a com a possibilidade de muitas devoluções de áreas”, alerta Gilberto.

Arte/O Popular

Suínos e aves

O município de Rio Verde, que já ocupou a segunda posição no ranking nacional em efetivos de suínos em 2020, registrou uma queda de 5,1% em seu rebanho no ano passado e voltou a perder posição no ranking nacional, passando a ocupar a sexta colocação no País. Em todo o estado, o recuo foi de 4,5%.

Após um crescimento de 12,2% em seu rebanho de galináceos, o município de Itaberaí passou a ter o segundo maior efetivo do território nacional, com 16,2 milhões de cabeças, enquanto Rio Verde ocupa o sexto lugar do País. Em todo Estado, o efetivo chegou a 102,9 milhões de animais, o maior valor da série histórica.

O assessor técnico da Faeg lembra que Itaberaí se destaca no rebanho de galináceos por conta da grande produção na indústria São Salvador Alimentos (SSA), detentora das marcas Super Frango e Boua. Já em Rio Verde, o destaque é para a unidade da BRF, que é grande exportadora de alimentos derivados da proteína.

A produção goiana de leite caiu 3,9% em 2022, depois de uma queda de 3,5% na quantidade de vacas ordenhadas em relação a 2021. “Isso é resultado do desestímulo à produção nos últimos anos, por causa dos baixos preços do produto, que não acompanharam a forte alta nos custos de produção. Muitos produtores migraram para outras atividades”, explica Moreira.

Fonte: O Popular
Foto: Diomício Gomes
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