Goiás dispara na pecuária e registra maior faturamento da história com R$ 20,4 bilhões

Goiás dispara na pecuária e registra maior faturamento da história com R$ 20,4 bilhões

A pecuária de corte goiana vive um dos momentos mais expressivos de sua história. Em 2025, o setor atingiu o maior Valor Bruto da Produção (VBP) já registrado, chegando a R$ 20,4 bilhões, segundo levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta segunda-feira (17), no boletim Agro em Dados. O montante representa 10% do VBP nacional de bovinos e 19,8% de toda a produção agropecuária goiana, consolidando o estado como uma potência no segmento.

O avanço é reflexo direto da recuperação das cotações do boi gordo ao longo do último ano e deste. A última vez que o setor havia alcançado número tão expressivo foi em 2014, com R$ 17,3 bilhões. Nos dois períodos, o desempenho foi impulsionado especialmente pelo aquecimento da demanda internacional.

A força das exportações reforça esse cenário. Em setembro de 2025, Goiás registrou um marco histórico para o mês, embarcando 44,7 mil toneladas de carne bovina — volume superior às 36,5 mil toneladas registradas em agosto. No acumulado de janeiro a setembro, o estado ocupa a posição de 3º maior exportador do Brasil em valor, com 12,3% de participação, somando aproximadamente US$ 1,5 bilhão em vendas ao exterior. Os principais destinos foram China (33%), Estados Unidos (18,1%) e México (13,6%).

O impacto do bom desempenho também se estende ao mercado de reposição. O preço do bezerro em Goiânia registrou uma valorização de 26% em outubro de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 2.828,02. O movimento indica um mercado aquecido e uma “firme demanda por bezerros”, conforme apontam analistas.

Além da carne, Goiás mantém posição de destaque em outras frentes da cadeia produtiva: é o 3º estado com maior volume de abates, representando 10,1% do total nacional em 2024, e ocupa a 2ª colocação na produção de couro, com 13,9% da produção brasileira.

Para Leandro Stival, presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Goiás (Sindicarne), o desempenho excepcional é resultado direto da ampliação da participação do Brasil no mercado global, especialmente com o País ocupando espaço antes dominado por competidores como os Estados Unidos nas negociações com a China. Ele destaca que, além do avanço nas exportações, houve maior eficiência na destinação dos cortes.

Segundo Stival, a estratégia de direcionar cortes dianteiros ao mercado internacional permitiu aliviar a pressão sobre o consumo interno e manter os cortes nobres em maior volume no Brasil.
“Conseguimos tirar essa carne que às vezes fica mais tempo para ser vendida ou o consumo fica retraído, levar ela ao mercado externo e deixar os cortes de primeira aqui no mercado interno”, explicou.

Com isso, o presidente do Sindicarne observa sinais claros de recuperação do mercado doméstico. Historicamente, entre 25% e 30% dos abates nacionais são destinados à exportação, mas a expectativa para este ano é de superar os 30%, reforçando o excelente momento vivido pela bovinocultura goiana e brasileira.

Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7

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Gessica Vieira

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