Foto: Vânia Santana

A última vez que uma frente fria atuou em Goiás na segunda metade de agosto foi em 2016. Maior intensidade de ar polar favoreceu ocorrência. Veja como é a dinâmica do fenômeno...

A última vez que uma frente fria passou por Goiás em uma segunda quinzena de agosto foi em 2016. Coincidentemente, ela chegou praticamente na mesma data, um dia 22. Geralmente, este tipo de ocorrência se efetiva até a primeira metade do mês. Embora não seja impossível de acontecer, é considerada incomum pela meteorologia e foi uma surpresa neste ano. A variação nas condições climáticas, que se inicia nesta sexta-feira (21), deve derrubar temperaturas, aumentar um pouco a umidade e favorecer a formação de nuvens, com a possibilidade de chuvas em algumas regiões.

Embora o frio entre pelo Sul do Brasil nesta época do ano com relativa frequência, geralmente, atinge até a Região Sudoeste, mas o Centro-Sul fica de fora. Desta vez, por ser uma frente fria de maior intensidade, vai alcançar parte de Goiás, principalmente o Sudoeste do Estado (veja mapa). Jataí, por exemplo, pode registrar 10°C na madrugada de sábado (22). Por lá, chuvas podem ocorrer, mas não devem ter grandes volumes.

Na capital, que registrou máxima de 37°C nesta quarta-feira (19), o calor não vai passar da marca dos 27°C nos termômetros no sábado. A umidade que tem registrado mínimas na casa dos 25% vai a 30%. No Norte do Estado, as temperaturas máximas vão ficar menos intensas. Em Aragarças, a mudança vai de 38°C para 35°C. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia em Goiás (Inmet).

Atualmente, a amplitude térmica está extensa. Entre os 18°C e 37°C desta quarta-feira, são 19°C. A mudança no tempo deve reduzir um pouco a diferença, para 15°C, calculados entre a máxima de 27°C e a menor temperatura, de 12°C, ambas na madrugada do sábado. Apesar da diminuição diferença entre os extremos, a chefe do Inmet em Goiás, Elizabete Ferreira, pontua que a percepção da mudança deve ser significativa. “Com um vento em torno de 7 km/h, por exemplo, já vai ser possível perceber a mudança na temperatura, por causa da sensação térmica.”

Elizabete explica que a frente fria vem acompanhada de uma massa de ar frio. “A primeira traz chuva e melhora a umidade. Às vezes não ocorre a chuva, mas melhora um pouco a umidade. A massa de ar frio traz o frio e a seca, porque logo após a passagem dela, vai secar.”

Devido à sua força, a frente fria, que está associada a uma massa de ar frio, vai se sobrepor à massa de ar seco que paira sobre Goiás. “Como não há nada que alimente a frente fria, nós vamos voltar à condição ‘normal’, aos poucos, a partir de segunda-feira (24)”, explica o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim.

Elizabete explica que quando a frente fria perder força, os ventos vindos do Norte, com características de calor, vão voltar circular por aqui.

A frente fria que mexe com o tempo em Goiás tem origem na porção mais ao Sul do continente, na Argentina. Na região, o ar frio de origem polar se encontra com a massa de ar quente e úmido que vem da direção contrária. Quando se formam condições mais propícias ao frio, o primeiro fator se sobrepõe, de acordo com Elizabete.

A professora de climatologia do curso de Geografia da Universidade Federal de Goiás, Juliana Ramalho Barros, explica que a ocorrência depende de uma combinação de fatores, como aspectos da atmosfera e a temperatura dos oceanos. “É como se fosse um quebra-cabeças.”

Fonte: O Popular
Foto Capa: Vânia Santana
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