O acesso aos equipamentos eletrônicos como smartphones tem sido cada vez mais precoce na vida das crianças, fazendo com que elas descubram divertimento através do mundo virtual, deixando as brincadeiras clássicas de lado, o que pode prejudicar o desenvolvimento delas.
A psicóloga Luana Menezes, especialista em psiquiatria infantil e autora do livro infantil “Eu Só Quero Brincar”, onde de forma lúdica e leve fala sobre a importância do brincar livre, ressalta que a tecnologia é uma realidade que se tornou fundamental principalmente em meio a pandemia, porém em excesso pode gerar sérios problemas, em especial no desenvolvimento de crianças e adolescentes.
“Causa problemas comprovados de visão, pode gerar insônia e vício, prejudicando a rotina, uma vez que não se quer parar de utilizar a tela para fazer algo necessário do dia a dia. Sendo assim, a utilização em excesso para a criança dificulta aspectos importantes para o exercício da imaginação, criatividade e interação social. Utilizando com a frequência dosada, contribui para a aprendizagem, atenção e concentração”, diz Luana.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) menores de 2 anos não devem ter nenhum contato com telas, dos 2 aos 5 anos o uso deve ser feito até uma hora por dia; dos 6 aos 10 anos entre uma e duas horas por dia; dos 11 aos 18 anos entre duas e três horas por dia.
A SBP também ensina, através do Manual de Orientações sobre os benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes, que o brincar junto à natureza é essencial na rotina das crianças, como forma de evitar a intoxicação digital. A recomendação é que estas atividades sejam diárias por, no mínimo, uma hora, reservando um espaço na agenda para brincar, aprender e conviver com a natureza.
Para a psicóloga e escritora Luana Menezes é fundamental diversificar as brincadeiras e resgatar o brincar livre de meninos e meninas, deixando claro que brincadeira não tem gênero.
“É importante resgatar o brincar livre com itens simples utilizados no dia a dia, como elementos da natureza, folhas, gravetos, terra, esponja, entre outros, para estimular o desenvolvimento cognitivo, imaginativo e de criação. Também é necessário incentivar brincadeiras que se utilize conhecimentos de outras culturas acolhendo a diversidade e construção de equidade de gênero”, conclui Luana.
Por iG Delas
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