Praticar pelo menos um ano de exercícios físicos de resistência, como a musculação, oferece benefícios duradouros ao corpo, preservando a função muscular mesmo em pessoas com mais de 70 anos. Isso é o que mostra um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.
À medida que os anos passam, as pessoas perdem naturalmente a força muscular, se tornando mais suscetíveis a quedas e lesões. O novo estudo mostra que o treinamento de resistência, que pode ser feito com pesos, com o próprio peso corporal ou com faixas elásticas, ajuda a preservar a força muscular por ao menos 4 anos ainda que haja interrupção.
“Este estudo fornece evidências de que o treinamento de resistência com cargas pesadas na idade da aposentadoria pode ter efeitos de longo prazo durante vários anos”, escreveram os autores no artigo publicado na revista BMJ Open Sport and Exercise Medicine.
O estudo contou com a participação de 451 aposentados, com idade média de 71 anos. Eles foram separados em três grupos.
O primeiro deveria praticar um ano de treinamento pesado de resistência, três vezes na semana; o segundo, o mesmo período de treino com intensidade moderada, com circuitos incluindo exercícios com peso corporal e faixas de resistência; e o terceiro, nenhum exercício adicional além da atividade habitual, para comparação dos resultados.
Os exercícios do grupo de intensidade alta deveriam ser feitos com três séries de seis a 12 repetições, com carga de 70% e 85% do peso máximo que a pessoa conseguia levantar, para cada repetição.
Resultados a longo prazo
A força óssea e muscular e os índices de gordura corporal de cada participante foram medidos no início da pesquisa e novamente após um, dois e quatro anos.
Os pesquisadores ficaram surpresos ao observar que os voluntários que treinaram pesado por um ano mantiveram a força das pernas ao longo do tempo. Em contrapartida, os que não fizeram nenhum exercício ou fizeram em intensidade moderada perderam força.
Os níveis de gordura visceral – a que se acumula na barriga, ao redor de órgãos vitais como fígado, pâncreas e intestinos – aumentaram nas pessoas que não praticaram exercícios e permaneceram estáveis nos dois outros grupos.
Ao final de quatro anos, os indivíduos dos três grupos havia perdido a força de preensão manual e a massa magra das pernas, mas os dois grupos que se exercitaram ainda mantinham a força e rapidez ao pedalar observado ao final do primeiro ano.
“Os resultados fornecem meios para os profissionais e os responsáveis por políticas públicas encorajarem os indivíduos mais velhos a participarem em treinos de resistência pesados”, afirmam os pesquisadores.
Por Bethânia Nunes
Foto: Getty Images
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