Fazenda Papuda em Goiás deu lugar ao complexo prisional mais conhecido do Centro-Oeste no DF

O Presídio da Papuda, principal complexo penitenciário do Distrito Federal, ocupa terras que antes pertenciam ao município de Luziânia, em Goiás, uma das propriedades rurais mais antigas da região. Atualmente, abriga cerca de 12 mil detentos distribuídos em cinco unidades, incluise alguns presos ligados aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O complexo também já recebeu políticos de destaque, como Natan Donadon, Paulo Maluf, Luiz Estevão, José Dirceu, Geddel Vieira Lima e outros.

Localizado na região de São Sebastião, o terreno da Papuda tem origem na Fazenda Papuda, uma enorme propriedade rural de 7 mil alqueires em Luziânia, Goiás, desapropriada para a construção de Brasília. Originalmente, a fazenda era voltada à pecuária de leite e considerada maior do que a soma dos atuais territórios de Taguatinga, Águas Claras e Recanto das Emas.

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Fazenda Papuda deu lugar ao complexo prisional mais conhecido do Centro-Oeste (Foto: Arquivo Público do Distrito Federal)

Inaugurado em 16 de janeiro de 1979, o presídio começou com apenas 10 guardas e capacidade para 240 presos, tornando-se ao longo das décadas um dos símbolos do sistema penitenciário brasileiro.

O “papo” da mulher com bócio inspirou o nome que se mantém até hoje (Foto: Arquivo Público do Distrito Federal)

O nome “Papuda” tem origem curiosa. Segundo o folclore local, ele faz referência a uma mulher que viveu na região e sofria de bócio, doença causada pela deficiência de iodo que provoca aumento no pescoço, popularmente chamado de “papo”. A deformidade acabou batizando a fazenda, que também chegou a abrigar um quilombo após a libertação dos escravizados. No entanto, o nome da propriedade já existia há muito tempo e não tinha relação com os donos; tratava-se de uma referência a uma condição bastante comum até os anos 1950.

Documentos antigos mostram como terras goianas deram lugar ao complexo penitenciário (Foto: Acervo da BNDigital)

Hoje, a imensidão de terras que já pertenceu à Fazenda Papuda deu lugar a pequenas propriedades rurais, à cidade de São Sebastião e ao complexo prisional que, além de marcar a história do sistema penitenciário, carrega séculos de memória regional e curiosidades folclóricas, enquanto continua a abrigar detentos de grande repercussão política.

Das 73 pessoas que seguem presas atualmente no complexo de segurança máxima, pelo ato de 8 de janeiro, oito já foram condenadas, 33 foram denunciadas pela Procuradoria Geral da República (PGR) como executoras dos crimes, sendo duas delas transferidas para um hospital psiquiátrico, 33 aguardam julgamento e outros estão sob investigação, incluindo policiais militares suspeitos de omissão. Muitos desses casos tiveram suas sentenças revisadas ou preteridas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: Mais Goiás
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7

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Redação Portal PaNoRaMa

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