A partir de 2005, as áreas com focos confirmados da doença foram consideradas zonas de riscos, por esse motivo e com o objetivo de conter a propagação do vírus, a vacinação passou a ser obrigatória.

A contaminação de bovinos pelo vírus da raiva tem causado alerta em entidades ligadas a agropecuária goiana. Tanto a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), quanto a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), tem tomado medidas a fim de conscientizar os pecuaristas do estado. No mês de julho, em Bela vista de Goiás, foram confirmados dois casos de raiva bovina. Apesar do município não ter sido considerado uma zona de alto risco para a propagação do vírus, a fazenda Hermínio, localizada na cidade, sofreu com a doença.

De acordo com o proprietário, Arístides Cabral, não foi possível identificar que a causa da lentidão do animal e a dificuldade de alimentação eram sintomas do vírus do gênero Lyssavirus – causador da raiva bovina. “Eu percebi que algo estava errado, ele não estava andando direito, não tinha noção do caminhar e principalmente estava com dificuldades de alimentação”, observou Cabral.

Alerta

Da Agrodefesa, o coordenador estadual do programa de controle da raiva dos herbívoros, Leonardo Guimaraes, destaca os critérios determinantes para tornar a vacina obrigatória em certas regiões do estado. “São, ao todo, três critérios determinantes: a receptividade, que consiste na capacidade do ambiente em receber o vírus, a vulnerabilidade, ou seja, a probabilidade desse transmissor ser contaminado e por último o critério estipulado pela própria Agrodefesa, que seria investir na prevenção da doença”, explica Leonardo.

Ainda sobre os casos confirmados em Bela Vista de Goiás, o coordenador explica quais são as medidas corretas que devem ser tomadas assim que qualquer animal da propriedade apresentar um comportamento atípico. “O produtor que perceber algo errado com qualquer animal de sua propriedade deve imediatamente entrar em contato com o pessoal da Agrodefesa”, ressalta.

O coordenador esclarece também dúvidas geradas a partir do contato com a entidade. “Existem produtores com um certo receio acreditando que a visita gera custos. Na verdade, não é cobrado ao produtor taxa alguma, e caso seja detectado algum foco da doença, toda assistência ao produtor, desde as visitas até a vacinação que consiste em cinco doses, não será cobrado nenhum valor. Tudo é realizado gratuitamente”, expõe Leonardo.

A partir de 2005, as áreas com focos confirmados da doença foram consideradas zonas de riscos, por esse motivo e com o objetivo de conter a propagação do vírus, a vacinação passou a ser obrigatória.

Ações

Ainda sobre os focos da doença, a consultora técnica da Faeg, para a área de pecuária de corte, Christiane Rossi, destaca que a melhor forma de conter os focos além da obrigatoriedade da vacinação é investir em medidas profiláticas. “O que nós da Federação temos batido é na orientação ao produtor rural. É muito mais rentável que ele vacine seu gado e assim previna a doença. Ter que cuidar de um gado doente gera custos maiores e pode ainda transmitir esse vírus para os proprietários e demais animais”, orienta Rossi.

Em busca de conter a doença que assusta produtores e pecuaristas, Christiane destaca que acomodar-se é o primeiro e principal risco de propagação viral. “O risco maior além da doença em si, é o fato do produtor estar acomodado, ou seja, se ele está inserido em uma área a qual a vacinação não é obrigatória, ele acaba não vacinando seus animais. Então é necessário repetir: as principais medidas são as profiláticas, pois só elas poderão de fato resguardar o produtor e sua produção”, ressalta a consultora.

Laryssa Carvalho

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