A Polícia Civil de Goiás desmantelou um esquema nacional de estelionato, responsável pelo prejuízo de R$ 7 milhões em golpes aplicados em vítimas de todo o Brasil, durante a segunda fase da Operação Paenitere. Entre as vítimas, a mãe da modelo catarinense Carol Trentini perdeu R$ 120 mil ao ser enganada em um golpe conhecido como “novo número”. A investigação, que iniciou em 2021, culminou nesta quinta-feira (7) com a prisão de 50 suspeitos e o cumprimento de 50 mandados de busca e apreensão.
O golpe era operado por um ex-detento do sistema prisional de Goiás, que, de dentro do presídio, conseguia dados das vítimas, usava suas imagens e se passava por seus familiares. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Maytan Santana Lima, a primeira fase da operação, em 2022, prendeu seis envolvidos após monitoramento das contas bancárias para as quais as vítimas haviam feito transferências. Essas prisões levaram à identificação do operador do esquema, que aplicava os golpes em coordenação com uma rede de familiares e conhecidos.
“Na análise dos celulares e das transferências, descobrimos que as contas receptoras pertenciam a pessoas da mesma família, casais, parentes próximos, formando uma associação criminosa”, detalhou o delegado. Segundo ele, os membros do grupo frequentemente usavam suas próprias contas para receber o dinheiro das transferências, o que ajudou a rastrear o fluxo dos recursos.
Além de Goiás, a operação também cumpriu mandados em estados como Rio de Janeiro e Mato Grosso, com ações em cidades como Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade, e outras. A operação mobilizou 250 agentes, que apreenderam bens no valor correspondente ao prejuízo total causado pelo esquema.
O caso da mãe de Carol Trentini, Lourdes Trentini, ilustra a engenhosidade do golpe. Os criminosos, usando uma foto da modelo e pedindo que Lourdes salvasse o “novo número”, convenceram-na de que estava conversando com a filha e solicitaram depósitos em seis contas bancárias distintas. Quando Lourdes tentou ligar para confirmar, os golpistas alegaram problemas no aparelho e insistiram na comunicação apenas por mensagens.
Com o sucesso da primeira fase da operação, a polícia aprofundou a investigação para expor o padrão de associação criminosa e lavagem de dinheiro. A prisão em flagrante de integrantes que já atuavam juntos em núcleos familiares possibilitou à polícia mapear uma rede complexa de conexões entre os envolvidos.
Esta é considerada uma das maiores operações da Polícia Civil de Goiás neste ano, tanto pelo número de prisões quanto pelo valor das apreensões realizadas.
Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
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