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A estudante Eduarda Farage, de 30 anos, impressionou ao acertar 175 de 180 questões do Enem e conquistar a tão sonhada aprovação em Medicina na UFRJ. Com um desempenho que pode ter sido o melhor da edição de 2024 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ela agora compartilha as dicas que a ajudaram a alcançar esse resultado. Segundo ela, o segredo está mais na forma de estudar do que na quantidade de horas.
“Fazia muita coisa errada. Ao longo do tempo fui aprimorando como estudar. E isso que deu resultado, não o tempo”, explica Eduarda. Nos quatro anos em que tentou o Enem, ela passou por diferentes rotinas. Chegou a estudar dez horas por dia, mas foi quando reduziu para cinco horas diárias e focou na qualidade do estudo que viu seu desempenho decolar. “Estudar muito não significa estudar bem”, resume.
Um dos maiores trunfos de Eduarda foi entender a fundo como funciona a Teoria de Resposta ao Item (TRI) — o sistema de correção do Enem que valoriza a coerência nas respostas e penaliza o chute. A partir disso, ela entendeu que precisava se sair muito bem em Matemática e Ciências da Natureza, áreas em que é possível alcançar notas altíssimas com menos acertos, se comparadas às demais.
“Essas disciplinas são temidas pelas pessoas, mas a TRI ama. É quando decide quem passa e quem não passa”, diz. Com 40 acertos em Matemática, por exemplo, é possível tirar cerca de 900 pontos, enquanto a mesma quantidade em Linguagens rende apenas 700. Foi com esse foco estratégico que ela garantiu: 961 em Matemática, 840 em Ciências da Natureza, 795 em Linguagens, 781 em Humanas e 920 na Redação — média de 859 pontos.
Controle do tempo e técnicas de estudo
Entre as dicas mais valiosas que Eduarda compartilha, está a técnica de intervalos programados. Ela testou vários formatos e encontrou seu ideal: 50 minutos de foco seguidos por 10 minutos de descanso. Isso ajudou a manter o rendimento e evitar a exaustão.
Outro ponto-chave é entender que cada disciplina exige um tipo de abordagem diferente. Em Matemática e Ciências da Natureza, o mais importante é dominar os fundamentos. “Não adianta estudar só os temas que mais caem. Você precisa de teoria sólida. Não tem como fugir disso”, ensina.
Já para o primeiro dia do Enem, que envolve Linguagens, Ciências Humanas e Redação, a estratégia muda. Aqui, o foco deve estar em resistência mental, vocabulário e prática com provas anteriores.
“É uma maratona de cinco horas e meia. Tem que ter raciocínio crítico, saber interpretar bem e entender por que cada alternativa está errada. Isso só vem com prática”, aconselha.
“Tem que abdicar de muita coisa e estudar certo. No fim, não é o mais inteligente que passa, é quem tem constância, disciplina e coragem de mudar o que não está funcionando”, afirma.
Outras dicas de estudantes aprovados no Enem
Além das estratégias de Eduarda, outros estudantes aprovados em Medicina e cursos concorridos também compartilham dicas valiosas:
- Simulados semanais com correção detalhada ajudam a entender os próprios erros;
- Estudo reverso: em vez de começar pela teoria, começa-se resolvendo questões e voltando ao conteúdo quando errar;
- Foco em revisão constante, com uso de flashcards e resumos curtos;
- Acompanhamento com mentores ou professores para manter o foco e receber orientação personalizada;
- Redações semanais corrigidas por especialistas, para manter a consistência na escrita.
Fonte: Mais Goiás
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