No início de julho, a cantora Anitta contou sofrer de endometriose e chamou atenção sobre a necessidade de mais informações a respeito dos problemas relativos à saúde feminina: “Pesquisem, galera. A endometriose é muito comum entre as mulheres. Tem vários efeitos colaterais, em cada corpo é de um jeito. Podem se estender até a bexiga e causar dores terríveis ao urinar”, afirmou a artista, em publicação no Twitter.
A estimativa do Ministério da Saúde é de que uma em cada dez mulheres sofra com as dores da endometriose – o problema de saúde é caracterizado pela presença anormal de células do endométrio, tecido que reveste o útero, em outras partes do corpo.
Os sintomas mais frequentes da endometriose são cólica intensa, menstruação abundante e cansaço excessivo. Por serem sinais relativamente comuns em outros problemas da saúde feminina, o diagnóstico costuma demorar anos para ser concluído.
Importância do diagnóstico
O ginecologista Marcos Tcherniakovsky, alerta, entretanto, que nem as pacientes e nem os ginecologistas devem naturalizar a dor. “Viver com dor não é bom para ninguém e, caso ela esteja presente, é importante iniciar o tratamento adequado”, aponta.
De acordo com Tcherniakovsky, um dos métodos mais usados para lidar com a endometriose é bloquear a menstruação. “Esse é o período em que as mulheres que convivem com a endometriose mais sofrem com os sintomas de dor. O bloqueio da menstruação minimiza o máximo possível esse desconforto, oferecendo maior qualidade de vida a elas”, sugere o médico.
O tratamento, no entanto, depende do grau do problema e deve ser feito da maneira que for mais conveniente para a paciente. O caso de Anitta, por exemplo, foi resolvido com cirurgia.
Dicas para lidar com endometriose
Tcherniakovsky dá três conselhos que podem ajudar a amenizar as dores provocadas pela endometriose:
- Alimentação saudável – Alimentos ultraprocessados, ricos em sal e gordura, devem ser evitados, pois provocam retenção de líquidos, fazendo o corpo inchar e ficar mais suscetível às dores. Carnes vermelhas contêm gordura saturada, que pode aumentar os níveis de estrogênio e, no período menstrual, colaborar para a piora dos sintomas. Café, bebidas alcoólicas e alimentos com muito açúcar também devem ser evitados.
- Atividade física – A realização regular de exercícios físicos faz o corpo liberar endorfina, uma substância com grande poder analgésico. A endorfina consegue inibir o FSH (folículo-estimulante), que leva o endométrio a se desenvolver. A liberação do hormônio, portanto, desacelera o processo de crescimento do endométrio fora do útero.
- Controle do estresse – Ansiedade, estresse e depressão provocam interferência negativa na qualidade de vida de qualquer paciente com dor crônica. “Uma dica fundamental para o início do tratamento é incentivar a paciente a buscar o que lhe traga relaxamento. Se necessário, o acompanhamento psicológico também é recomendado”, sugere o especialista.
Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução
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