Embrapa Cerrados recebe visita da rainha da Dinamarca

Em visita ao Brasil, uma das agendas da rainha Mary da Dinamarca foi na unidade Cerrados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a cerca de 30 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, no Distrito Federal. O encontro aconteceu nesta sexta-feira, 04, e contou com a presença da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, e do novo secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua.
Durante a visita, os pesquisadores da instituição apresentaram duas tecnologias já adotadas pelos produtores brasileiros: a integração lavoura-pecuária-floresta e a Bioanálise de Solo (BioAS). A embaixadora da Dinamarca no Brasil, Eva Pedersen, disse que a visita serviu como inspiração para o país europeu e destacou um acordo de troca de informações firmado com áreas do setor agropecuário brasileiro.
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“A Dinamarca acabou de fazer um acordo entre o setor de agricultura, as organizações de inteligência e o governo para mudar isso [os desafios com o clima]. Nós estamos vendo aqui o trabalho revolucionário que está sendo feito pela Embrapa Cerrados. É muito inspirador”, disse Perdesen, que também confidenciou que o ministro do Clima, Energia e Serviços Públicos da Dinamarca, Lars Aagaard, quer implementar o plantio direto, técnica sustentável desenvolvida no Brasil, no país nórdico. “É realmente uma coisa concreta”, concluiu.
A presidente da Embrapa destacou a “oportunidade de mostrar in loco” o que o Brasil vem desenvolvendo no caminho da agricultura sustentável. “A Dinamarca tem interesse nessa parceria com o Brasil de investir e até mesmo levar esse modelo para lá de agricultura sustentável”, indicou Massruhá.


Expectativa é de que negócios entre os dois países avancem
Durante a apresentação, o secretário do Mapa reforçou que é necessário ampliar também as ações comerciais entre os dois países. Segundo ele, hoje o Brasil exporta um pouco mais de US$ 300 milhões à Dinamarca.
Questionada se esse acordo também traria benefícios comerciais, a embaixadora dinamarquesa disse que esse é um primeiro passo para estreitar laços não só no âmbito da tecnologia. “A partir dessa conversa mais estreita, vamos poder ampliar as oportunidades tanto para a Dinamarca como para o Brasil”, pontuou aos jornalistas.
Embrapa quer fazer “road show” de tecnologias na COP 30
O Brasil deve estar no centro das discussões sobre as mudanças climáticas neste ano e no próximo. Isso porque em novembro o país sedia a reunião do G20 e no ano que vem recebe a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30). Nesse cenário, a Embrapa já se prepara para ser protagonista no tema de agricultura sustentável.
No âmbito do G20, a Embrapa foi sede de um encontro das instituições de pesquisa agropecuárias em maio. Esse evento serviu para gerar subsídios para o Grupo de Trabalho de Agricultura e também servirá como apoio para a reunião dos líderes mundiais do G20.
Para a COP 30, a presidente da instituição contou à reportagem que a ideia será fazer um “road show” das tecnologias da agropecuária brasileira — uma espécie de passarela das tecnologias.
“A gente quer aproveitar a COP 30 para a gente mostrar tudo isso, para ser um road show de tecnologias que o Brasil desenvolveu, mas também mostrando números e indicadores. Nós vamos fazer a partir de março do ano que vem sete eventos preparatórios em diferentes locais do país com os nossos parceiros discutindo a sustentabilidade da agricultura”, revelou Massruhá.
Além disso, o entendimento da entidade é de que há necessidade de trazer referências ligadas às emissões de carbono com foco na agricultura tropical. Segundo a presidente, isso tem potencial para mudar o discurso de outros países sobre as emissões de gases do efeito estufa no Brasil.
“A Embrapa traz os dados e informações dos últimos 50 anos. Por exemplo, a gente já está trabalhando com a integração lavoura-pecuária-floresta há mais de 15 anos. São 12 anos de informações como: o que isso tem sequestrado de carbono e o bem-estar animal. Então, agora a gente quer usar tudo isso, desde o Plano ABC, os protocolos de leite, soja e carne de baixo carbono, para criar referências para a agricultura tropical”, afirmou a presidente. Ela também completou reforçando que “isso é muito importante porque muitas vezes esses países do clima temperado têm a referência da emissão de carbono na agricultura típica deles, mas a nossa é diferente”.
Fonte: Agro Estadão
Foto: SLC Agrícola
Jornalismo Portal Pn7
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