Foto: Mirian S. Vieira
Colunista: Jackelyne Dutra – CRMV-GO 05767
O FIV e o FeLV são muitas vezes associados quando se falam em vírus nos gatos, por um lado porque pertencem ambos ao grupo dos retrovírus, por outro porque os testes normalmente são feitos juntos. Ambas causam o enfraquecimento do sistema imunológico, embora a primeira seja menos letal. Essas doenças são espécie-específica, não apresentando riscos para a saúde pública.
O vírus da imunodeficiência felina (FIV) é um membro da subfamília lentivírus dos retrovírus. As feridas causadas por mordidas parecem ser o principal modo de transmissão. As fêmeas que se tornam infectadas durante a gestação podem transmitir o vírus in útero ou posteriormente, por meio do colostro ou saliva. Gatos machos e de vida livre possuem o risco mais alto de infecção. Em geral, existem 3 estágios clínicos:
- FASE AGUDA: os sintomas são febre, depressão, disfunção gastrintestinal (incluindo estomatite) e linfadenopatia periférica. Em alguns gatos, a fase aguda não é detectada.
- FASE ASSINTOMÁTICA: Como um portador assintomático, o gato fica livre de doença clínica. Sabe-se que o este estágio dura no mínimo 6 anos e até 10 anos em alguns gatos. Nos estágios mais tardios, os sinais refletem em infecções oportunistas, neoplasias ou uma síndrome degenerativa crônica.
- FASE TERMINAL: Os sintomas incluem perda de peso, diarreia persistente, gengivite ou estomatite, doença respiratória crônica, linfadenopatia e dermatose crônica. A doença profunda dental ou da cavidade oral é um achado comum nos estágios finais de infecção do FIV; em alguns gatos, a mucosa encontra-se ulcerada e necrótica. Doença ocular, renal e disfunções neurológicas podem ocorrer. Muitos gatos podem apresentar distúrbios neoplásicos.
A doença não tem cura, e o estágio depende da imunidade de cada animal.
O vírus da leucemia felina (FeLV) é um retrovírus do gênero Gammaretrovirus com transmissão horizontal. Pode ser transmitido via saliva, pelo leite, via transplacentária ou por meio de transfusões sanguíneas. O FeLV não sobrevive em meio ambiente, e ainda pode ser facilmente eliminado por meio do uso de detergentes comuns. Uma vez infectado, o felino pode desenvolver vários sinais clínicos, os quais podem ser inespecíficos como apatia e anorexia, ou mais específicas como leucemias. O vírus pode gerar uma imunossupressão no animal, deixando o mesmo vulnerável a outras doenças. O correto diagnóstico e tratamento são essenciais para que o felino tenha uma melhor qualidade de vida, além disso, o diagnóstico de gatos infectados é um fator crucial para evitar a transmissão para um gato não infectado. Há vacinas disponíveis no mercado, mas não se sabe a duração da imunidade proporcionada por elas.
Recomenda-se vacinação para todos os gatos expostos a gatos de vida livre ou a gatos positivos ao vírus. A exposição promove sólida imunidade em 80 a 90 % dos gatos vacinados, mas a porcentagem fica menor quando os gatos são continuamente expostos a outros gatos infectados.
O vírus não sobrevive muito tempo no ambiente, por isso é aconselhável desinfetar as tigelas de comida e caixas de areia antes de usá-las novamente. E se for introduzir um novo gato no ambiente, levar ao médico veterinário para realizar os testes rápidos de FIV e FeLV.
Deixar seu gato dentro de casa, evitar que tenha contato com gatos de rua e castrá-lo, reduz as chances de contrair a doença.
A prevenção é a melhor opção.
Colunista: Jackelyne Dutra – CRMV-GO 05767
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