Dia Mundial de Combate ao Câncer de Mama: especialistas reforçam prevenção e exames regulares

Dia Mundial de Combate ao Câncer de Mama: especialistas reforçam prevenção e exames regulares

O câncer de mama é o tumor mais comum entre mulheres no Brasil e no mundo, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o país registra cerca de 70 mil novos casos por ano. A doença provoca milhares de mortes anuais e motiva campanhas de conscientização, como o Outubro Rosa.

Este ano, o tema ganhou destaque após o Ministério da Saúde ampliar as diretrizes para a mamografia. Agora, o exame se recomenda a partir dos 40 anos, mediante indicação médica e vontade da paciente. Essa mudança surge porque um número significativo de diagnósticos ocorre em mulheres abaixo dos 50 anos. Entre 2018 e 2023, mais de 108 mil brasileiras nessa faixa etária receberam o diagnóstico, representando uma em cada três pacientes.

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A nova diretriz estende a triagem para mulheres de 40 a 49 anos, aumenta a idade máxima para 74 anos e inclui novos medicamentos no SUS para o tratamento da doença. Especialistas afirmam que a medida pode salvar vidas, mas alertam que precisa vir acompanhada de conscientização. Afinal, a prevenção vai além do exame de imagem; ela começa no cuidado diário com o próprio corpo e nas consultas ginecológicas regulares. O Outubro Rosa cumpre papel essencial ao informar, desmistificar e incentivar o diagnóstico precoce, que aumenta em até 30% as chances de cura e permite tratamentos menos invasivos.

Autoexame e consultas regulares: por onde começar?

O autoexame das mamas não substitui a mamografia, mas ajuda a mulher a conhecer melhor seu corpo. Ele deve ocorrer todo mês, alguns dias após o fim da menstruação. “O objetivo é que a mulher perceba rapidamente qualquer alteração, como caroços, retrações, secreções ou mudanças na pele”, explica a ginecologista e obstetra Paula Batista, do Studio Gorga Bem-Estar. Caso identifique sinais suspeitos, a paciente deve procurar imediatamente um médico.

A Dra. Paula recomenda consultas ginecológicas anuais para mulheres sem fatores de risco. No entanto, mulheres com histórico familiar podem precisar de acompanhamento semestral. “Mulheres com mãe ou irmãs diagnosticadas com câncer de mama devem começar a prevenção mais cedo e manter intervalos menores entre os exames”, detalha a especialista.

Mamografia e exames complementares

O Ministério da Saúde agora recomenda que mulheres a partir dos 40 anos realizem a mamografia, medida apoiada por sociedades médicas. Para mulheres entre 50 e 69 anos, o exame continua a cada dois anos, mas a ampliação inclui faixas com grande número de diagnósticos precoces. “Detectar tumores no início reduz em até 30% a mortalidade. Esses dados mostram como o rastreamento salva vidas”, afirma a ginecologista e cirurgiã Graziele Cervantes.

Além da mamografia, a Dra. Graziele orienta que ultrassom e, em casos específicos, ressonância magnética podem ser indicados. “O ideal é individualizar a estratégia de acordo com cada paciente”, acrescenta.

Fatores de risco: hereditariedade, gestação tardia e escolhas de vida

Ter familiares com câncer de mama aumenta o risco, mas a doença não ocorre apenas por hereditariedade. “Muitas mulheres sem histórico familiar também desenvolvem câncer. Observamos uma combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais”, explica a Dra. Gabriela Biava, ginecologista e obstetra.

A gestação após os 35 anos pode elevar o risco, porque a exposição prolongada aos hormônios estrogênio e progesterona aumenta a chance de mutações nas células da mama. “Isso não significa que toda mulher que engravida mais tarde terá câncer”, ressalta a especialista. Mulheres que não engravidam podem apresentar risco discretamente maior, mas hábitos saudáveis — manter peso adequado, praticar atividades físicas e evitar álcool em excesso — influenciam diretamente na prevenção.

No fim, o recado das especialistas é claro: a prevenção combina acompanhamento médico regular, atenção ao corpo e escolhas de vida saudáveis. Como resume a Dra. Graziele Cervantes, “quanto mais cedo detectamos a doença, maiores são as chances de cura e menor a agressividade do tratamento”.

Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7

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Gessica Vieira

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