
Kaio Henrique Santana Moraes — Foto: Reprodução/Polícia Civil
Uma criança de 5 anos morreu depois de ter cerca de 60% do corpo queimado ao brincar com fogo, em Aragarças, no oeste de Goiás. De acordo com a Polícia Civil, Kaio Henrique Santana Moraes permaneceu cerca de 4 meses internado em um hospital de Goiânia, quando foi a óbito.
O caso aconteceu em meados de maio e a criança morreu na última quinta-feira (22). O delegado Fábio Marques, que é responsável pelo caso, explicou que, no dia do acidente, a criança estava com outras crianças no fundo da casa onde morava e tentava colocar fogo em plástico e papéis quando as chamas atingiram suas roupas.
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A polícia detalhou que a criança teve braços, pernas e a região do tórax queimados pelas chamas.
“Ele ficou com o corpo todo enfaixado, só praticamente o rosto que não foi atingido”, explicou o delegado.
De acordo com o delegado, após o caso, a mãe da criança passou a ser investigada pelo crime de maus-tratos, devido a uma aparente situação de abandono. O g1 não conseguiu contato com a defesa da mãe para um posicionamento sobre o caso.
“Verificamos uma situação de negliência em relação a higienização da criança, quanto a cuidados básicos, também uma negligência no dia do acidente”, afirmou.
A polícia explicou que, enquanto o menino brincava com fogo nos fundos da casa, a mãe, que é usuária de drogas, consumia bebidas alcóolicas na parte da frente da casa, junto a outras pessoas. Além disso, o delegado explicou que, após o acidente, a mulher não prestou socorro à criança, de modo que ele precisou ser levado à unidade de saúde por terceiros.
Outro fator que contribuiu para a responsabilização da mulher foi a possibilidade do menino ter sido vítima de abuso sexual.
“O médico analisou a situação e viu que ele poderia ter sido vítima de maus-tratos. Estamos aguardando o laudo para confirmar o abuso e poder dar início à investigação”, disse.
O delegado ainda informou que o menino e os irmãos moravam apenas com a mãe e que o pai da criança também é usuário de drogas. O inquérito do acidente que responsabiliza a mãe da criança por maus-tratos foi finalizado, mas ainda não foi submetido à Justiça de Goiás. A polícia agora aguarda o laudo da morte para saber se será necessário alterar o relatório final do inquérito e responsabilizar a mulher pela morte da criança.
“Estamos aguardando o laudo para saber se há algum nexo causal entre a morte e as queimaduras para poder responsabilizar a mãe também pela morte”, detalhou Fábio.
“Temos que saber se a causa é em razão da queimadura ou se foi algum outro fato externo, outra situação da internação”, acrescentou.
Após o caso, a polícia pontuou que a avó do menino quer ficar com a guarda dos irmãos da criança.
Por Gabriela Macêdo, g1 Goiás
Foto: Reprodução/Polícia Civil
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