A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) publicou, na quinta-feira (17/8), uma lista de recomendações para reduzir o impacto de uma possível circulação da linhagem EG.5, da Ômicron, no país. Entre elas, caso haja aumento de casos, destaca-se a volta do uso de máscaras faciais pelas pessoas mais vulneráveis à Covid-19.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a EG.5, também chamada de Eris, como uma variante de interesse (VOI) na última semana. Ela já foi identificada em 51 países, mas ainda não há casos registrados no Brasil.
“É possível que a EG.5 possa estar circulando no país de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil”, afirma a SBI em nota. “Devemos estar atentos à possibilidade de uma nova onda de casos ocorrendo nas próximas semanas, com baixo potencial de quadros graves, baseado no cenário epidemiológico dos países onde ela já circula”, explica.
Embora possua mutações que conferem maior capacidade de transmissão, a OMS classifica a variante como de “baixo risco” para a saúde pública em nível global, já que não demonstrou levar a quadros mais graves da doença, comparado a variantes anteriores.
Recomendações da SBI para reduzir os impactos da entrada da variante no país:
Vacinação contra Covid-19
Manter o calendário vacinal para Covid-19 atualizado com as doses de reforço recomendadas. Todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais devem ter pelo menos três doses de vacina; grupos de risco – pessoas com 60 anos ou mais, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde – devem ter tomado as doses de reforço com até 1 ano de intervalo da dose anterior, preferencialmente com a vacina bivalente.
Uso de máscaras para população de risco
Devem ser usadas em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração, caso haja aumento de casos de síndrome gripal, circulação e detecção viral no Brasil.
Testagem
Testagem dos casos de síndrome gripal para redução da transmissão em caso de Covid-19, com isolamento dos casos positivos.
Tratamento
No âmbito do SUS, iniciar o tratamento dentro dos cinco primeiros dias de sintomas com Nirmatrelvir/ritonavir (Paxlovid), disponível na rede pública de saúde, para pacientes com 65 anos ou mais e imunossuprimidos, a partir de teste positivo para Covid-19. O objetivo é reduzir o risco de agravamento, complicação e morte.
“Na rede privada de saúde, focando a população mais vulnerável para hospitalização e óbito por Covid-19, em situações de impossibilidade de uso do NMR/r, considerar alternativamente o uso de molnupiravir ou rendesevir nos primeiros dias de sintomas”, diz a nota.
Por Bethânia Nunes
Foto: Getty Image
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