A ceratoconjuntivite seca (CCS) é uma enfermidade comum no cão...

Colunista: Jackelyne Dutra – CRMV-GO 05767

A ceratoconjuntivite seca (CCS) é uma enfermidade comum no cão. Caracteriza-se pela diminuição da porção aquosa da lágrima resultando em ressecamento e inflamação da córnea e da conjuntiva, desconforto ocular e diminuição da acuidade visual, que decorre em alterações qualitativas e quantitativas do filme lacrimal pré-corneal, o qual é formado por três camadas. Estas camadas estratificam-se sobre a superfície corneal e realiza importantes funções como a lubrificação, a proteção e a nutrição.

Existem diferentes fatores que podem causar uma diminuição da produção lacrimal; entre elas podem ser citadas a causa congênita, viral (cinomose), medicamentosa tópica.

Qualquer raça pode apresentar a doença, mas as que apresentam maior predisposição para a ceratoconjuntivite seca, são: Cocker Spaniel Americano, Buldogue Inglês, Schnauzer miniatura, Pug, Yorkshire Terrier, Pequinês, West Highland White Terrier. English Springer Spaniel. Samoyeda, Shih-tzu e Boston Terrier. Em gatos a ceratoconuntivite seca é menos freqüente do que em cães, mas algumas raças apresentam predisposição: Abssínio, Persa, Burmês e Himalaia.

A característica da enfermidade é a presença de uma secreção mucosa que faz com que os olhos aparentem uma conjuntivite bacteriana, que é a causa do subdiagnóstico. A ceratoconjuntivite é progressiva e pode decorrer em cegueira.

O diagnóstico é estabelecido através do exame oftálmico realizado por um veterinário e das informações sobre o histórico do paciente. O Teste da Lágrima de Schirmer consiste de uma tira de papel filtro milimetrada que mensura a quantidade de lágrima produzida. Valores normais estão entre 15 e 25mm/min. Valores abaixo de 14mm/min já são considerados ceratoconjuntivite seca subclínica e abaixo de 10mm/min já ocorre apresentação de olho seco.

Geralmente a doença ocorre nos dois olhos, mas há casos em que apenas um olho está seco, principalmente em casos de trauma (batida na cabeça, acidente automobilístico). Também é importante realizar o teste de fluoresceína, pois uma superfície ocular ressecada está mais sujeita a úlceras de córnea.

O tratamento consiste em utilização de colírios que estimulam a produção lacrimal (Ciclosporina A, Tacrolimus, Pimecrolimus) e substitutos da lágrima. No início do tratamento é necessário associar colírios anti-inflamatórios e antibióticos. Em média são necessários mais de 30 dias de tratamento para começar o estímulo na glândula lacrimal. Este tratamento deve ser realizado por um médico veterinário oftalmologista, para que seja realizada a escolha correta do antibiótico, do anti-inflamatório e da concentração do colírio estimulante da lágrima.

É importante ressaltar que a eficácia terapêutica é quando o tratamento é iniciado precocemente.

Casos mais graves que não respondem ao tratamento clínico podem ser tratados cirurgicamente. A técnica mais conhecida e utilizada é a transposição do ducto salivar parotídeo.

É importante alertar que a ceratoconjuntivite seca não tem cura, mas sim controle. Mesmo que melhore muito basta parar com os estimulantes lacrimais para que todos os sinais voltem a aparecer, ou seja, o paciente necessita de tratamento para o resto da vida.

Foto: Internet
Teste da Lágrima de Shirmer em cão.
Olho esquerdo (A) sem alterações, com produção lacrimal de 20mm/min
E olho direito (B) com ceratoconjuntivite seca severa, com 0 mm/min de produção lacrimal.

Colunista: Jackelyne Dutra – CRMV-GO 05767
Jornalismo Portal Panorama
Foto Capa: Internet

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