É o caso desses cinco modelos que separei para essa lista. São carros que vendem bem em suas categorias, tinham tudo para dar certo com configurações mais interessantes, mas sucumbiram por algum motivo.

Alguns dos modelos mais vendidos no nosso mercado já tiveram versões de pouca expressão, que com o tempo ficaram esquecidas. Fácil entender esse fenômeno nos casos de problemas crônicos que se propagam e chegam aos ouvidos de todos. São poucos os que aceitam se aventurar com modelos mal falados no mercado.

Mas às vezes acontece o contrário. Boas versões, com configurações de modelos consagrados, simplesmente não conseguem destaque em vendas, saem de linha em ninguém perceber e com o tempo caem no esquecimento.

É o caso desses cinco modelos que separei para essa lista. São carros que vendem bem em suas categorias, tinham tudo para dar certo com configurações mais interessantes, mas sucumbiram por algum motivo.

Imagem: divulgação

Volkswagen Gol Rallye 1.6 16v manual

É provável que o saudoso Gol tenha sido o carro com maior número de versões e combinações do nosso mercado. Curioso que a melhor versão dos últimos dez anos tenha sido uma das mais esquecidas e rapidamente desapareceu do mercado: a rara Rallye nos anos 2015 e 2016.

Na verdade, o nome da versão até existiu em outros anos, inclusive em duas gerações diferentes. Mas foi somente nesses dois anos que a Volkswagen equipou o Gol com o excelente motor 1.6 16v de aspiração natural e câmbio manual de cinco marchas – teve automatizado também, mas esqueça essa configuração.

Com pico de 120 cv de potência, a relação peso/potência era de apenas 8,7 kg/cv, portanto o desempenho era dos melhores. A suspensão mais alta e os apliques sem pintura fazem jus ao nome da versão, dando aptidões aventureiras ao pequeno Gol.

Para se ter uma ideia da raridade dessa versão, hoje existem apenas cinco anunciados em um grande classificado que pesquisei. Já no fim da vida, o Gol voltou a ter esse mesmo motor, mas somente quando equipado com câmbio automático, em uma configuração interessante, mas longe de ser tão legal como a Rallye.

Imagem: Rafael Munhoz

Fiat Mobi Drive

Um dos carros mais comuns nas nossas ruas, o Fiat Mobi sempre foi comercializado com motor 1.0. O que nem todos sabem, é que existem dois motores “mil” para o Mobi, mas o melhor deles já não está mais disponível.

Quem quiser um Mobi zero km só vai conseguir levar com o bom e velho motor Fire de quatro cilindros, o mesmo que já equipou Palio, Uno e tantos outros modelos da marca italiana.

Mas o melhor Mobi ainda foi a versão Drive, equipada com o moderno motor Firefly de três cilindros, o mesmo de Argo, Cronos e até Peugeot 208 e Citroën C3. Mais cara, essa versão vendeu pouco e durou apenas entre 2017 e 2020.

Com mais torque, potência, e melhor consumo de combustível, era de se esperar que acontecesse o contrário, ou seja, que somente o Firefly fosse disponível nos dias atuais.

Imagem: Divulgação

Peugeot 208 e Citroën C3 1.2

Esse é um dos casos difíceis de compreender. Antes de se associar com a Fiat, o grupo PSA ofereceu o eficiente motor PureTech para os pequenos Peugeot 208 e Citroën C3. Era um motor 1.2 de três cilindros e 12 válvulas. Foi um dos melhores do nosso mercado, pois entregava desempenho bem satisfatório, digno de um bom 1.6, mas com consumo de 1.0.

Tinha tudo para dar certo, mas pegou uma fase fraca dessas marcas francesas no nosso mercado e o motor morreu depois do grupo se juntar com a Fiat. Durou apenas entre 2016 e 2020, e hoje pouco se fala desses modelos com esse motor.

Imagem: Divulgação

Ford EcoSport 2.0 Titanium Direct flex

Tenho motivos para não recomendar alguns modelos da Ford, já que a fábrica fechou no Brasil e seus carros tendem a ficar esquecidos com o tempo. Mas o mercado de usados já se encarregou de depreciar bastante esses últimos nacionais, e alguns passaram a ser bem interessantes.

É o caso do EcoSport equipado com o poderoso motor 2.0 com injeção direta, que entrega 176 cv de potência, mais o confiável câmbio automático de seis marchas. Os itens de equipamentos de conforto, comodidade e segurança são invejáveis até mesmo para qualquer SUV pequeno zero km.

Mas vendeu pouco, tanto que essa configuração Titanium durou somente nos anos 2018 e 2019. Depois continuou na versão Storm, com tração integral e proposta mais aventureira. Uma visita aos classificados mostra que os preços desse EcoSport estão bem atrativos, provavelmente por ser uma versão esquecida e pouco procurada.

Imagem: Divulgação

Hyundai HB20 turbo sem injeção direta

Um dos carros mais vendidos no nosso mercado, o HB20 tem feito muito sucesso com seu moderno motor 1.0 turbo. Mas a trajetória desse motor não teve um início feliz.

Oferecido para o modelo 2016, quando o HB20 ganhou sua primeira reforma visual, esse motor tinha bom desempenho e consumo, só que esbarrou na concorrência, que oferecia motores semelhantes, mas com injeção direta. Não teve como competir com eles, pelo menos entre 2016 e 2019.

Depois a Hyundai também aplicou essa tecnologia e o pequeno HB20 voltou a ser competitivo quando equipado com turbo. Então cadê a vantagens desses mais antigos? Está na manutenção, que tende a ser bem mais simples e barata, justamente por não ter injeção direta.

No mercado de usados, esses HB20 turbo entre 2016 e 2019 são raros, mas valem a pena para quem busca o bom desempenho dos turbos com manutenções mais simples.

Por Felipe Carvalho
Foto: Divulgação
Jornalismo Portal Panorama
panorama.not.br

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