Caiado determina inspeção em distribuidoras de bebidas de Goiás após casos de intoxicação por metanol

Caiado determina inspeção em distribuidoras de bebidas de Goiás após casos de intoxicação por metanol

O governador Ronaldo Caiado (UB) determinou nesta quarta-feira (1º) inspeções imediatas em distribuidoras de bebidas em todo o estado, após os casos de intoxicação por metanol registrados em São Paulo e Pernambuco. A ação envolve forças policiais e a Secretaria de Estado da Saúde, responsável pelo controle sanitário. O objetivo, segundo Caiado, é reforçar a segurança da população e evitar crimes de adulteração. “Determinei uma grande ação em todas as distribuidoras de Goiás. Quero tranquilizar a população, pois até agora não tivemos nenhum registro suspeito”, afirmou o governador em vídeo publicado nas redes sociais.

Em São Paulo, a situação preocupa cada vez mais. Até esta quarta-feira, o estado contabilizava 37 casos suspeitos de intoxicação, com dez confirmações. Além disso, seis mortes estão relacionadas ao consumo de bebidas adulteradas, sendo quatro em São Bernardo do Campo. Entre as vítimas está o advogado Marcelo Lombardi, de 45 anos, que morreu em 28 de setembro. Outras três mortes também ocorreram no município. As autoridades intensificaram a fiscalização e interditaram seis estabelecimentos, incluindo bares na capital e uma distribuidora em Barueri. Além disso, 128 mil garrafas de vodca lacradas foram apreendidas e aguardam comprovação de origem.

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Enquanto isso, em Pernambuco, o governo estadual informou que investiga três casos suspeitos. Dois homens morreram e outro perdeu parte da visão após consumir bebidas supostamente adulteradas.

Algumas vítimas permanecem internadas em estado grave. Em São Bernardo do Campo, Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, segue sedada e realiza hemodiálise após beber vodca em uma balada interditada. Outro caso crítico é o de Rafael Anjos Martins, de 27 anos, que está internado há um mês na UTI do Hospital São Luiz, em Osasco, sem fluxo sanguíneo cerebral. Já Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão depois de ingerir caipirinhas em um bar nos Jardins. Apesar disso, ela deixou a UTI nesta semana e foi transferida para o quarto.

O metanol, substância que provocou os casos, é um álcool usado em produtos industriais como solventes, vernizes e anticongelantes. Apesar de parecido com o etanol em cheiro e aparência, ele é altamente tóxico e pode causar danos irreversíveis. Mesmo pequenas quantidades provocam cegueira, insuficiência renal, convulsões, coma e até a morte. Os primeiros sintomas surgem entre 40 minutos e 72 horas após a ingestão e incluem tontura, vômitos e confusão mental. Em fases mais avançadas, o organismo transforma o metanol em ácido fórmico, que ataca órgãos e tecidos, principalmente olhos e cérebro.

O tratamento, por sua vez, deve começar o mais rápido possível. Os médicos podem utilizar hemodiálise para remover o composto do organismo e administrar medicamentos específicos. Além disso, o etanol funciona como antídoto porque compete com o metanol no fígado e reduz sua ação tóxica. No entanto, a eficácia depende da rapidez da intervenção médica.

Com as inspeções em andamento, o governo de Goiás reforça que busca prevenir riscos à saúde pública e garantir a segurança da população diante dos graves episódios já registrados em outros estados do país.

Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7

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Gessica Vieira

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