Em live nesta terça-feira, dia 14, para os veículos de comunicação da Agência Brasil Central (ABC), o governador Ronaldo Caiado confirma que está definindo no decreto de flexibilização da quarentena da Covid-19 em Goiás, a partir da segunda-feira, dia 20, o uso obrigatório de máscara. O item deve fazer parte da vestimenta das pessoas que vão às ruas.
“Sem dúvida alguma, vai constar do decreto. A pessoa saiu de casa, para ela se proteger. Saiu de casa, qual o problema, né? É algo assim gente, olha, vai fazer parte agora da nossa indumentária, nossa vestimenta, tá certo? Por um período”, afirmou.
Para o governador, esta é uma luta que não tem intervalo, é em tempo integral, porque nas últimas 24 horas no Brasil houve mais 204 mortes pela Covid-19. Em Goiás, o número de mortes continua em 15, o mesmo de ontem, mas o número de pessoas contaminadas subiu muito, foi para 284 casos, com um acréscimo de 50 casos de ontem para hoje.
Dos casos, 160 são em Goiânia. Ele voltou a mostrar preocupação com os números de Goiânia e citou também Anápolis, com 20 casos, Goianésia, que saltou de oito para 16 casos, e cidades do Entorno do Distrito Federal, como Luziânia e Valparaíso.
Disse que o sonho era não ter nenhuma morte, mas que isso é impossível diante da gravidade da doença, que, segundo ele, não há comparação com a gripe H1N1, “pois é muito mais letal, de altíssima contaminação e proliferação ímpar. Não vamos brincar, nem simplificar, precisamos ter cuidado. Ninguém tira de letra um vírus como esse”, acrescentando que os dados mostram que a realidade é grave e delicada e citou os exemplos de São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Amapá e Manaus, que já está colapsada.
Gravidade
O médico Ronaldo Caiado deu uma explicação científica, baseando-se em estudos de autópsia de corpos de pessoas que morreram infectadas pelo novo coronavírus, observando que “os últimos estudos mostram que ele compromete toda a estrutura de vários órgãos, é sistêmica, com lesões vasculares, nos músculos cardíacos, no fígado. Tem um potencial destrutivo em vários órgãos e provoca anóxia, as células sem oxigenação e não leva a hemoglobina para o tecido”.
Falou também do plano de contingenciamento de gastos para enfrentamento do corona: “Temos de conter despesas, temos que diminuir gastos, gratificações, combustível, papel, todo o material, diminuir para podermos valorizar o pessoal da área da saúde. Temos de fazer um reconhecimento todo dia, de público, ao pessoal da saúde. Nós, do governo, povo goiano, temos de achar como ressarcir essas pessoas com uma gratificação, já que eles são os verdadeiros guerreiros dessa luta. Eles estão colocando as próprias vidas em risco para salvar as pessoas, mostrando quanto é forte o compromisso, o juramento delas para salvar vidas”.
Disse que os 30 mil kits de testes que chegaram a Goiás serão distribuídos avaliando as situações locais e citou o exemplo de Americano do Brasil, onde sabe-se que chegou muita gente de fora para o corte da cana. “Diante desse fato, estou determinando que a área epidemiológica da Secretaria da Saúde vá até a cidade, veja onde é que estão realmente instalados, qual é a distância, de onde eles vieram. Essas pessoas vão ter uma quarentena, para aí, sim, nós sabermos se vão evoluir e neste caso nós temos que fazer o teste neles”, assegurou Caiado.
Ao final, se solidarizou com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que testou positivo para a Covid-19 e agradeceu o pessoal da ABC e de todo o governo pelo trabalho solidário, buscando ajudar na arrecadação de donativos para as famílias mais carentes de Goiás.
“Quem tem fome, tem pressa. Isso não pode ser confundido com política. O que estamos fazendo é responsabilidade de governo, de prefeitos, do cidadão que tem o sentimento da solidariedade, de poder ofertar àqueles mais necessitados condições de terem uma alimentação correta. Quero agradecer o pessoal da ABC, da televisão, da rádio, da parte do Diário Oficial, todo mundo ali nessa disposição de querer ajudar”, pontuou Caiado.
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