Brasil registra um caso de envenenamento a cada duas horas, aponta levantamento

Um levantamento da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) mostra que o Brasil registra, em média, um caso de envenenamento a cada duas horas. Entre 2009 e 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) contabilizou 45.511 atendimentos de emergência por intoxicações que exigiram internação.
Do total, 3.461 casos foram intencionais, causados por terceiros, o que acende um alerta sobre a gravidade do problema no país. A região Sudeste lidera as ocorrências, com 1.513 registros de envenenamento proposital, seguida por Sul (551), Nordeste (492), Centro-Oeste (470) e Norte (435).
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Substâncias mais comuns
Os envenenamentos envolveram desde medicamentos e drogas não especificadas até produtos químicos e pesticidas. Entre os casos acidentais, destacam-se analgésicos, álcool, pesticidas e sedativos.
Quem mais sofre
As estatísticas revelam que homens são maioria entre as vítimas — mais de 23 mil casos —, mas os grupos mais atingidos são:
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jovens adultos entre 20 e 29 anos, com 7.313 registros;
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crianças de 1 a 4 anos, com 7.204 atendimentos.
Já os idosos com 70 anos ou mais e os bebês de até 1 ano aparecem com números menores, mas igualmente preocupantes.
Casos recentes de repercussão
Nos últimos meses, episódios de envenenamento chocaram o país:
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uma família morta no Rio Grande do Sul após ingerir bolo com arsênio;
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ceia de Réveillon adulterada com inseticida no Piauí, que vitimou cinco pessoas;
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crianças que morreram após comer um ovo de Páscoa envenenado no Maranhão;
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bebê de oito meses morta após consumir açaí contaminado no Rio Grande do Norte.
Alerta de prevenção
Especialistas destacam a necessidade de reforçar a segurança doméstica, especialmente em casas com crianças, e ampliar campanhas de conscientização sobre o uso e o armazenamento de medicamentos e produtos químicos. O estudo também reforça a urgência de políticas públicas de controle e fiscalização mais rígidas.
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