Um ato sexual popular entre casais pode causar derrame, convulsão e paralisia, segundo alertam especialistas. O comportamento em questão é o estrangulamento sexual — também chamado de “engasgo” em contextos eróticos — e tem se tornado cada vez mais comum entre jovens adultos.
Um estudo publicado no periódico Archives of Sexual Behavior revelou que mais da metade dos australianos com 35 anos ou menos já foram estrangulados durante o sexo por um parceiro. Apesar de consensual em muitos casos, médicos e pesquisadores alertam que não existe uma forma segura de realizar esse tipo de prática sem colocar a saúde — e até a vida — em risco.
O estrangulamento sexual consiste em aplicar pressão no pescoço da outra pessoa, com mãos, braços, pés ou objetos como cintos e cordas, para restringir o fluxo de sangue ou de ar e intensificar a excitação. O problema é que o pescoço é considerado “assustadoramente frágil” e, segundo especialistas, até mesmo a força usada para abrir uma lata de refrigerante pode ser suficiente para causar desmaios, lesões cerebrais permanentes ou até a morte.
Entre as possíveis consequências desse ato sexual popular entre casais estão tontura, vertigem, alterações na visão, dificuldade para engolir, hematomas no pescoço e, nos casos mais graves, convulsões, derrames, paralisia, danos neurológicos irreversíveis e até aborto espontâneo.
De acordo com a professora Debby Herbenick, a cada novo episódio, os riscos se acumulam, como acontece com lesões na cabeça em acidentes esportivos. “É como um traumatismo craniano”, comparou.
A diretora da Coalizão para Acabar com a Violência Contra as Mulheres (EVAW), Andrea Simon, afirmou que a prática não deve ser normalizada. “Não existe estrangulamento seguro”, disse. Ela também alertou que a representação constante desse tipo de ato em filmes adultos pode estar contribuindo para a naturalização da violência, especialmente entre os mais jovens.
Diante dos riscos sérios à saúde física e mental, especialistas defendem mais informações e debates sobre o tema. Afinal, o que parece apenas um ato sexual popular entre casais pode, na realidade, esconder perigos que muitos ainda desconhecem.
Fonte: Mais Goiás
Foto: FreePik
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