Nesta semana, dez peças de artesãos goianos estiveram expostas no estande da Embratur, em Londres, capital da Inglaterra.

Nesta semana, dez peças de artesãos goianos estiveram expostas no estande da Embratur, em Londres, capital da Inglaterra. Para o superintendente de Micro e Pequenas Empresas da Secretaria de Desenvolvimento (SED), Thiago Falbo, este evento foi uma grande oportunidade para mostrar ao público internacional “as maravilhas do artesanato goiano”.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Luiz Maronezi, esta exposição é  o início de um processo de internacionalização do artesanato goiano, “que visa em um primeiro momento divulgar a nossa cultura através das obras dos principais artesãos de Goiás e, posteriormente, exportarmos a arte feita no nosso Estado para vários países do mundo”, afirma .

A participação de Goiás aconteceu por conta da parceria entre o Programa do Artesanato Goiano, da Superintendência de Micro e Pequenas Empresas da SED e o Programa do Artesanato Brasileiro da Secretaria de Micro e Pequenas Empresas da Presidência da República.

Peças expostas
Foram selecionadas as peças dos artesãos Nico Miranda (Jataí); Fatinha e Ivanilde Reis de Nascimento (Olhos D´Água, distrito de Alexânia); Carlos Antônio (Aparecida de Goiânia); Lourenço Menezes (Silvânia); Waldira Maria, Ernesto Antônio e José Cambota (Goiânia).

CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE O ARTISTA JATAIENSE:

Jornalista, escritor, professor e artesão, Nicodemos Souza de Miranda, de 67 anos, é um dos raros artistas que trabalham com cabaça, fruto de plantas da família das cucurbitáceas, no Brasil. A técnica inovadora, que ele mesmo construiu ao longo de 40 anos no município de Jataí, a 322 km de Goiânia, foi reconhecida pela Unesco como Excelência em Produtos Artesanais no Mercosul em março deste ano.

“Os índios Guarani já usavam a cabaça antes mesmo do homem branco pisar aqui. Nossos avós e bisavós carregavam água em cabaça, tomavam leite e também a utilizavam como cuia para arroz e feijão. É uma peça que tem muitas utilidades, até para o artesanato”, justifica Nicodemos.

Com um estilete nas mãos, enquanto mostra como faz as peças, Nicodemos explica que a técnica poderia tornar-se referência para o artesanato brasileiro, além de ser mais uma fonte de renda para produtores rurais e artesãos da cidade. “Tenho a maior dificuldade em encontrar cabaças psra comprar. Ninguém mais planta”, afirma. “Quando encontro, pago R$ 10 por peça. E não produzo mais por falta de material”, emenda.

Nicodemos confecciona tartarugas, lamparinas, tatus e a santa inanimada, que motivou o prêmio da Unesco. As peças têm preço a partir de R$ 60 e podem levar até dois dias para ficarem prontas. “São produtos com valor agregado, que têm bom lucro. Por isso, é tão importante que outras pessoas aprendam a técnica.”

Os objetos de decoração são tratados com betume da Judeia (piche) dissolvido em solvente para que tenham mais vida útil e emendados com cola. O artesanato é vendido, prioritariamente, na loja Artesanatos Indígenas Bero Can, em Barra do Garças (MT). Ele também já fez exposições em Goiânia e Jataí.

No fundo de casa, ao lado do ateliê, o professor devoto de Nossa Senhora Aparecida tem uma cabaceira. Já chegou a colher 260 frutos. “É uma matéria-prima saudável que não agride ao meio ambiente”. Hoje, já aposentado das escolas, Nicodemos mantém as atividades de jornalista, escritor e é microempreendedor individual (MEI).

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Fotos: AL GO

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