O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do CyberGaeco, em colaboração com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Minas Gerais (Regional de Pouso Alegre), deflagrou nesta terça-feira (21/1) a Operação Escola de Papel. A ação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa cibernética investigada por vender milhares de carteiras de estudantes e diplomas com informações ideologicamente falsas a pessoas em todo o país.

As investigações tiveram início na cidade de Perolândia, em Goiás, quando servidores públicos apresentaram diplomas para obtenção de gratificação de 30% por incentivo profissional, devido a aperfeiçoamento ou capacitação. No entanto, os documentos apresentados despertaram suspeitas, pois, apesar de serem de diversas áreas do conhecimento, eram todos provenientes de uma mesma instituição localizada a mais de 1.000 km da cidade.

Com o aprofundamento da apuração, descobriu-se uma rede criminosa que comercializava diplomas falsos e carteiras estudantis por meio de dois sites, atendendo indivíduos de todo o Brasil. A fraude envolvia certificações em áreas sensíveis, como medicina e ciências correlatas, com carga horária definida pelos próprios compradores, sem qualquer correspondência com a realidade acadêmica.

Na Operação Escola de Papel, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão, todos na cidade de São Lourenço (MG). Além disso, foram determinadas medidas em ambiente virtual, como a autorização para coleta automatizada de dados em servidores, permitindo uma busca e apreensão digital.

Por decisão da 1ª Vara das Garantias de Goiânia, foi ordenado o bloqueio de todos os bens móveis e imóveis dos investigados, incluindo contas bancárias e aplicações financeiras, no montante de R$ 17.356.902,02 para cada um dos envolvidos.

Apuração empregou técnicas investigativas inéditas

A investigação contou com a aplicação de técnicas inéditas no âmbito do MPGO, como a interceptação telemática e a infiltração virtual. Essas estratégias permitiram a identificação dos mecanismos de funcionamento da rede criminosa e a coleta de provas substanciais contra os envolvidos.

Entre as medidas judiciais aplicadas, destaca-se a coleta automatizada de dados, que possibilitou a obtenção de documentos falsos em ambiente virtual. Além disso, houve a desindexação das instituições fraudulentas dos buscadores de internet, a suspensão de perfis em redes sociais, a retirada de patrocínios e a derrubada de seis sites vinculados ao grupo criminoso.

As investigações seguem em curso sob responsabilidade do CyberGaeco do MPGO, com previsão de oferecimento de denúncia após a análise do material apreendido. A operação mobilizou 49 agentes, entre promotores de Justiça, servidores públicos e policiais militares dos estados de Goiás e Minas Gerais.

Fonte: Rota Jurídica
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7

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