
Se você acompanha o Portal Panorama, sabe que há algumas semanas atrás, divulgamos a pesquisa da Anvisa sobre o uso de glifosato no Brasil. Pois então, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou na última terça-feira, dia 9, os resultados numéricos da consultoria pública, encerrada na última segunda-feira.
Saiba mais:Consulta pública sobre regras de uso de glifosato termina amanhã
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Os números da agência indicam que, de 11.239 respostas, 19% defendem a manutenção do herbicida com ou sem restrições e 81% defendem sua proibição. Com o prazo da consulta pública encerrado, a Anvisa deve analisar e consolidar as sugestões enviadas.
A pesquisa recolheu sugestões para alteração do registro e fez a pergunta: “Você é a favor da manutenção do uso de glifosato no Brasil com o estabelecimento de restrições?”. A opção mais votada (50,02%) optou pela resposta “Não, o glifosato deve ser proibido no Brasil, porque causa danos à saúde das pessoas”.
Completam a lista de mais escolhidas: “Não, o glifosato deve ser proibido no Brasil, porque causa danos às florestas e matas” (35,01%); e “Não, o glifosato deve ser proibido no Brasil, porque estimula o uso de plantas geneticamente modificadas na agricultura e sou contrário ao uso de transgênicos” (31,40%).
A doutora em agronomia Dana Katia Meschede afirma que, mesmo com esse resultado, as chances de o produto ser banido do mercado brasileiro são mínimas. Ela também sugere como combater a ideia errada que muitos têm sobre o herbicida.
“Eu não acredito no banimento, pois a pesquisa da sociedade é importante, mas a reavaliação do uso do produto é feita com argumentos técnicos. Esse tipo de pesquisa fornece opiniões que não são baseadas em aspectos técnicos e conta com muita influência da mídia, que às vezes é muito desfavorável ao glifosato ou outro agroquímico por falta de uma boa explicação à população”, contou.
Na opinião da doutora, o banimento não deve ocorrer por causa de estudos que comprovam que o produto não provoca danos ao humanos e o fato de mercados do exterior manterem a autorização do uso. Para ela, o que falta é dar à população mais informações para compreender a importância do herbicida na agricultura moderna.
“A agricultura sempre foi muito precária na questão do marketing, no sentido de mostrar o bem que ela faz para a humanidade. Atualmente, estão trabalhando mais nisso, mas é uma batalha difícil, já que é muito mais fácil levantar uma bandeira ambientalista e dizer que a agricultura está destruindo o meio-ambiente e ocultar o lado bom, como a sustentabilidade dessa molécula que proporciona a realização do plantio direto, que elimina processos de degradação da terra, assoreamento de rios e garante a produção de mais alimentos para o mundo”, elenca.
O próximo passo, agora, é a avaliação da consulta pública pela diretoria da Anvisa. Após essa análise dos resultados, um colegiado de quatro diretores vota se o pesticida deve ou não ser proibido no país. Eles vão apresentar suas justificativas técnicas sobre a decisão.
Fonte: Canal Rural
Revisão: Larissa Pedriel
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