Americano diagnosticado com peste negra; saiba tudo sobre o caso

Um americano diagnosticado com peste negra no condado de El Dorado, na Califórnia, acendeu um alerta entre autoridades de saúde dos Estados Unidos. O homem, que acampava na região do lago Tahoe, teria sido infectado após a picada de uma pulga contaminada. Trata-se do primeiro caso registrado no local desde 2020. O paciente, cuja identidade não foi revelada, está em recuperação em casa, sob acompanhamento médico.

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a peste negra, também conhecida como peste bubônica, é rara, mas pode ser fatal se não for tratada a tempo. A bactéria responsável pela doença, a Yersinia pestis, circula principalmente em roedores selvagens e em suas pulgas, o que exige vigilância redobrada em regiões rurais do oeste dos EUA.

A peste negra é historicamente conhecida por uma das maiores pandemias da Idade Média, no século 14, que dizimou milhões de pessoas na Europa. Hoje, embora controlada e tratável, a doença ainda representa uma ameaça em regiões específicas do mundo — incluindo áreas rurais dos Estados Unidos.

Sintomas e diagnóstico

A peste bubônica pode se manifestar de três formas principais:

• Bubônica: a mais comum, com febre, calafrios, fraqueza e inchaço doloroso dos gânglios linfáticos, chamados de bubões;
• Pneumônica: mais rara, afeta os pulmões e pode ser transmitida entre pessoas por gotículas respiratórias;
• Septicêmica: a forma mais grave, quando a bactéria se espalha pela corrente sanguínea, podendo causar choque séptico.

No caso atual, o paciente apresentou sintomas leves e recebeu tratamento com antibióticos, como a doxiciclina, o que garantiu sua estabilização. Especialistas reforçam que o diagnóstico precoce é fundamental, já que o uso imediato de antibióticos comuns costuma ser altamente eficaz.

Histórico da doença nos EUA

De acordo com o CDC, os Estados Unidos registram, em média, sete casos de peste negra por ano, com maior incidência nos estados da Califórnia, Novo México e Arizona. Entre 1970 e 2020, foram confirmados cerca de 500 casos no país, com taxa de mortalidade de aproximadamente 11% em pacientes não tratados.

A doença chegou ao continente americano por volta de 1900, trazida provavelmente por navios com ratos infectados. Desde então, a bactéria se estabeleceu em populações de roedores selvagens, como esquilos e marmotas, tornando-se endêmica em áreas rurais do oeste norte-americano.

Prevenção contra a peste negra

Autoridades de saúde alertam que, embora rara, a peste negra continua presente em ambientes naturais e exige medidas preventivas. Entre as recomendações estão:

• Uso de repelentes com DEET na pele exposta;
• Tratamento antipulgas regular em animais de estimação;
• Evitar acampamentos próximos a colônias de roedores;
• Manter áreas residenciais limpas, sem lixo acumulado ou vegetação densa;
• Notificar imediatamente às autoridades a presença de roedores mortos.

Campanhas locais em El Dorado também orientam a população a adotar medidas simples, mas eficazes, como proteger animais de estimação e não manipular roedores selvagens.

Autoridades em alerta

Segundo Kyle Fliflet, diretor interino de saúde pública de El Dorado, a peste bubônica está presente em diversas áreas do condado, especialmente nas mais elevadas. Ele reforça que tanto moradores quanto turistas precisam se proteger durante trilhas, caminhadas e acampamentos.

Equipes de saúde, em parceria com o CDC, estão intensificando o monitoramento por meio de armadilhas para roedores, testes em pulgas e campanhas de conscientização. Essas medidas visam evitar novos casos e reduzir os riscos de surtos.

Fonte: Mais Goiás
Foto: FreePik
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