21 de novembro de 2024
Em 2023, a produtividade obtida foi de 65 sacas de grãos por hectare. Com o cenário atual, estima-se uma variação de produtividade entre 50 e 55 sacas, ou seja, uma perda por hectare de 10 a 15 sacas.

A irregularidade de chuvas, aliada ao calor intenso nos últimos meses em Goiás, afetaram o plantio de grãos das principais culturas agrícolas do estado. Em entrevista ao jornalista Jackson Abrão, nesta segunda-feira (5), o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, informou que o impacto pode chegar a 4 milhões de toneladas de grãos perdidas.

Nós realizamos uma expedição. Percorremos 8 mil quilômetros, 80 municípios, visitando propriedades, e nós levantamos aí uma perda possível de 15% a 23%. 15% já perdemos, e, de acordo com aquilo que pode ocorrer, nós podemos chegar a 23%, que é uma quebra substancial de soja, de milho, e de outros produtos”, destacou o presidente.

Segundo dados do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em 2023, a produtividade obtida foi de 65 sacas de grãos por hectare. Com o cenário atual, estima-se uma variação de produtividade entre 50 e 55 sacas, ou seja, uma perda por hectare de 10 a 15 sacas, principalmente nas lavouras mais precoces que sofreram com a seca.

Ainda de acordo com o Senar, no ano passado foram colhidas 17,7 milhões de toneladas de soja. Agora, diante dessa perda produtiva, pode-se estimar um valor entre 13,8 e 15,2 milhões de toneladas para a safra 2023/2024, ou seja, uma redução que pode chegar até quase 4 milhões de toneladas.

Conforme destacou Schreiner, essa condição climática que influenciou a agricultura deverá acabar em breve. “Nós estamos agora no efeito El Niño, o que causou todo esse estrago, essa perda de produção que nós estamos enfrentando, não só em Goiás, mas todo o Brasil. Esse efeito – não sou eu que estou falando, mas os climatologistas -, deve ir perdendo força até final de abril. Depois, nós vamos enfrentar um outro período onde chega o efeito La Niña, que é o efeito contrário, com bastante chuva”.

Conforme mostrado pelo portal em dezembro do ano passado, o plantio de soja precisou ser prorrogado em virtude dos problemas climáticos causados pelo fenômeno El Niño. Na época, o coordenador institucional do Instituto para Fortalecimento da Agropecuária no Estado (Faeg), Leonardo Machado, explicou que, em números absolutos, Goiás nunca havia tido uma safra tão atrasada como esta. Segundo ele, o estado entrou nas últimas semanas faltando ainda 5% para serem plantados. Além disso, muitos produtores que já haviam plantado tiveram que fazer o replantio uma ou até duas vezes da mesma área, também por conta do clima.

Cenário nacional

Em âmbito nacional, com a quebra de safra de soja e milho, a receita agrícola do Brasil em 2024 deverá recuar 1% na comparação com 2023. Vale ressaltar que a queda na receita agrícola tem reflexo no agronegócio de forma mais ampla, que inclui segmentos como a indústria de insumos (fertilizantes e pesticidas) e de distribuição, comércio e serviços. Setores esses que têm representado 25% do PIB nacional.

Fonte: O Popular
Foto: Brenda Lina
Jornalismo Portal Panorama

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