O secretário de Saúde de Rio Verde, Francisco Barreto Filho, determinou a abertura de uma sindicância interna para apurar a existência de medicamentos e produtos de uso laboratorial e hospitalar com data de validade vencida no Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais). Os produtos foram encontrados pela vereadora Lúcia Batista (PT) no mês passado e denunciados à Polícia Civil e ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO).
O secretário confirma a existência dos produtos com data vencida, mas explica que eram amostras grátis de laboratórios, que geralmente são distribuídas por representantes de laboratórios particulares aos médicos. Segundo ele, os medicamentos não foram usados nos pacientes e o processo de incineração de produtos vencidos obedece a um cronograma prévio. “O que estamos apurando é simplesmente porque a Vigilância Sanitária ainda não tinha vindo buscar”, diz.
De acordo com o titular da pasta, o procedimento é normal. “É corriqueiro o médico que atende a população carente doar essas amostras aos pacientes da rede pública.” Na opinião de Barreto, a denúncia teve intenção de distorcer um procedimento normal que seria feito por órgão específico. “O lixo hospitalar tem uma destinação própria, que envolve questões de segurança.”
O secretário afirma que a vereadora invadiu área restrita aos funcionários sem autorização, com risco de contaminação de reagentes e material infectante no laboratório do Cais. Barreto registrou notícia crime na Delegacia de Polícia e ainda fez uma representação à Câmara Municipal por falta de decoro contra a petista e contra o vereador Paulo Henrique Guimarães (PMDB), que a acompanhava. Barreto enviou ofício à presidência da Casa acusando os dois de “macular a imagem da Câmara.”
Vereadora diz que tinha autorização
A vereadora Lúcia Batista (PT), que denunciou à Polícia Civil e ao Ministério Público do Estado de Goiás a existência dos produtos com data de validade vencida em um Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais), relata que recebeu uma denúncia de uso de medicamentos fora da validade em pacientes do Cais e esteve no local no dia 14 de novembro. “Pedimos autorização para entrar no almoxarifado e lá encontramos nas prateleiras remédios vencidos em 2013 e outros prestes a expirar.” Em seguida, ela conta ter se deparado com reagentes vencidos também na geladeira do laboratório. “O que nós fizemos foi registrar tudo e recolher amostras para termos a prova material.”
Fonte: O Popular / Foto: Lucia Batista