O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), publicou uma instrução normativa no final do mês de maio, proibindo a fabricação e o uso de produtos veterinários antiparasitários contendo avermectinas. Além da fabricação, a instrução proíbe a “manipulação, fracionamento, comercialização, importação e uso de produtos que contenham avermectina para uso veterinário e suscetíveis de emprego na alimentação de todos os animais e insetos”.
Vale ressaltar que em 2011 o MAPA já havia proibido o uso deste princípio ativo em produtos veterinários cujo período de carência ou de retirada descrito nos rótulos fosse maior do que 28 dias em gado de corte confinado.
A avermectina é utilizada em produtos que combatem endo e ectoparasitores, por isso, seu uso na pecuária é muito intensivo. É um medicamento que precisa de um tempo de carência que é definido pela dosagem do produto para que a carne e leite dos animais possam estar disponibilizados para o consumo. Entretanto, de acordo com o MAPA, a decisão da proibição foi tomada, pois lotes de carnes bovinas estavam sendo recusadas em outros países devido à resíduos desse produto encontrados nas mesmas. Estes resíduos podem provocar intoxicação humana, com efeitos sobre o fígado e o sistema nervoso central, caso o leite ou a carne sejam consumidos antes do tempo mínimo de carência.
Tal medida desagradou os pecuaristas que se reunirão com o MAPA para discutir esta proibição. De acordo com representantes da pecuária brasileira, os criadores de gado necessitam da avermectina para o manejo sanitário dos animais, pois, caso não seja utilizada, as perdas seriam em torno de 10% no ganho do peso animal. Ainda destacaram que a avermectina é aprovada pelo MAPA e usadas no Brasil há mais de 25 anos.
Rosana de Carvalho / Foto: Vânia Santana – Site PaNoRaMa