O governo estadual publicou uma lei que determina a inclusão na parte diversificada do currículo da Educação medidas de conscientização, prevenção e combate à depressão, à automutilação e ao suicídio entre crianças, jovens e adolescentes nos ensinos fundamental e médio.
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) de Goiás afirma que a lei referenda o trabalho que já está sendo desenvolvido pela pasta.
A Lei Complementar nº 179 entrou em vigor na última segunda-feira (2). Ela alterou a Lei Complementar nº 26, de 28 de dezembro de 1998, que estabelece as diretrizes e bases do sistema educativo de Goiás. “A lei endossa um trabalho que já executamos. Só nos motiva ainda mais a fazer acréscimos que, inclusive, já estão sendo feitos”, explica Jaqueline Cornetti, gerente de Segurança e Saúde do Servidor e do Estudante da Seduc.
Ainda no início do ano letivo de 2023, todas as coordenadorias regionais devem receber um material pedagógico que foi sistematizado pela gerência. Ele deverá nortear o trabalho das unidades escolares no que diz respeito à abordagem de temáticas relacionadas à saúde mental. “Vamos capacitar nossa rede para as intervenções, mostrar qual a forma correta de assistir os alunos em situação de vulnerabilidade e como fazer um trabalho preventivo.”
A elaboração do material foi feita por meio de um programa de gestão emocional da Seduc, chamado ‘Somos Capazes’, e de uma iniciativa do governo federal, chamada Programa Saúde na Escola (PSE). A montagem do material foi feita com o auxílio de psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e educadores. Serão capacitados tutores, coordenadores regionais, diretora e professores.
Jaqueline aponta que a pandemia da Covid-19 afetou a saúde mental dos estudantes da rede estadual de ensino, o que fez com que as atividades da gerência fossem intensificadas. “Entendemos que, como sociedade, todos nós fomos tremendamente afetados. Com os alunos não poderia ser diferente. Por isso, temos trabalho com bastante seriedade em relação ao acolhimento deles.”
Prevenção
O atendimento desenvolvido pela Gerência de Segurança e Saúde do Servidor e do Estudante da Seduc é feito por meio de duas vertentes principais. A primeira é voltada para um trabalho preventivo com, por exemplo, palestras relacionadas à saúde e gestão das emoções nas unidades de ensino. “É a psicoeducação. Fazemos este acompanhamento e assistimos todas as unidades escolares da rede.”
Ainda no âmbito da prevenção, a gerência também promove o acolhimento de professores e estudantes por meio de visitas rotineiras nas unidades escolares. Em 2022, mais de 22 mil alunos foram atendidos. “Nós realizamos a escuta com um psicólogo ou assistente social junto. A partir disso, fazemos o encaminhamento para as redes de apoio. Lá (nas redes de apoio), eles (estudantes) poderão receber uma sessão de terapia ou o acompanhamento de um assistente social.”
Não são só estudantes com histórico de depressão, automutilação ou tentativa de suicídio que podem receber este acolhimento. “Fazemos rodas de acolhimento em grupo, mas se durante nossas visitas em unidades escolares, qualquer um dos nossos alunos sentir necessidade ou vontade de ser ouvido, estaremos disponíveis para atendê-lo.”
Além do trabalho de prevenção, a gerência também promove um apoio especializado aos estudantes que, de fato, tentaram suicídio, se automutilaram ou têm um histórico de depressão. “Deslocamos nossa equipe para fazer o acompanhamento, acolhimento e direcionamento para as redes de apoio, que temos parceria em todos municípios, para assistirem esses estudantes”, finaliza Jaqueline.
Fonte: O Popular
Foto: Arquivo pessoal
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