Picolé com creatina é proibido no Brasil: Anvisa alerta para riscos e falta de avaliação
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição da venda de picolés feitos com creatina em todo território nacional. A medida foi publicada nesta quarta-feira (26/11) e veta a comercialização, distribuição, fabricação e divulgação do Picolé de Açaí, Guaraná e Canela Naturalle Ice, produzido pela empresa J M J Re Torres Indústria de Alimentos Ltda.
Segundo a agência, a decisão foi tomada porque a creatina ainda não teve sua segurança avaliada para uso em alimentos, sendo permitida apenas na forma de suplemento alimentar destinado exclusivamente ao público adulto. Dessa forma, qualquer produto alimentício que contenha a substância fere a regulamentação vigente.
A creatina é um dos suplementos mais consumidos no Brasil e no mundo. Formada pelos aminoácidos glicina, etionina e erginina, ela atua como fonte de energia para as células musculares e também é produzida naturalmente pelo organismo, com auxílio da alimentação. Durante atividades do dia a dia e treinos, as reservas corporais diminuem, o que leva muitas pessoas a recorrerem à suplementação.
Além da restrição para alimentos, a creatina enfrenta outro problema no país: a alta quantidade de produtos falsificados. Em 2024, a Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) realizou um levantamento nacional sobre a composição do suplemento. Das marcas analisadas, 25 foram reprovadas por não apresentarem o teor de creatina indicado nos rótulos. Entre elas, 10 tiveram 100% de variação, ou seja, continham qualquer tipo de farinha, menos creatina de verdade.
Com a resolução publicada, o picolé Naturalle Ice deve ser imediatamente retirado do mercado em todo o Brasil. A Anvisa reforça que segue monitorando o setor e tomando medidas para garantir a segurança dos consumidores.
Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
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