15 de dezembro de 2024
IBGE Censo 2022 recenseador

Foto: Vânia Santana

A maior parte das cidades goianas não concluiu ao menos metade dos setores censitários. Sudoeste é uma das regiões mais desafiadoras. Falta de mão de obra é problema.

Em Goiás, 172 municípios ainda não chegaram a 50% do trabalho de levantamento do Censo Demográfico 2022. O levantamento é realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado é de um balanço do órgão, divulgado nesta semana, e diz respeito à quantidade de setores censitários concluídos.

Há também 13 municípios que ultrapassam os 80% dos setores concluídos. Goiânia tem 34,3% dos setores concluídos, 48,7% iniciados e 17% que ainda não foram começados. No estado, há 43,5% finalizados, 37,3% em andamento e 19,2% não iniciados.

Cada setor censitário é definido pelo IBGE como “unidade básica de recenseamento e corresponde a um conjunto de domicílios numa mesma área contínua”. Eles possuem entre 200 e 400 domicílios em zona urbana e 150 quando na zona rural.

Os municípios da região Sudeste de Goiás são apontados como os mais desafiadores. Em Jataí, por exemplo, onde a população estimada é de 103,2 mil pessoas, o serviço foi concluído em apenas 26,1% e há 43,1% em andamento. Na mesma porção de Goiás, Mineiros tem uma situação mais delicada ainda. Dos 124 setores censitários, somente 20,2% estão concluídos e há 33,9% em andamento. Os não iniciados somam 46%. Também têm resultados ainda modestos São Miguel do Araguaia e Porangatu.

Um exemplo de município grande e com resultados mais satisfatório é Anápolis. Domicílio de uma população estimada em 396,5 mil habitantes, a localidade tem 61,3% dos setores censitários concluídos e 35,1% já em andamento. Lá, apenas 3,6% não foram iniciados. A Região do Vale do São Patrício também é tida pelo IBGE em Goiás como uma das que evoluem bem.

Superintendente do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira avalia que a evolução do trabalho neste ano está abaixo da de 2010. Ele pontua que o recrutamento de mais recenseadores, realizada recentemente, ajudou a melhorar o fluxo do trabalho. “Mas esta contratação ainda não foi suficiente para preencher todas as nossas vagas. A gente continua abaixo do adequado não só em Goiás, mas em âmbito nacional.”

Sobre a evolução do trabalho em Goiás, Vieira explica que o porcentual de setores censitários concluídos não deve ser olhado como único indicador do avanço do trabalho. “Cada setor só é classificado como concluído quando o supervisor o verifica. A quantidade de ‘em andamento’ é muito heterogênea. O que é concreto é o número de ‘não iniciados’ ”, detalha ele.

A previsão atual é para que o Censo Demográfico seja concluído em Goiás até o início de dezembro. Vieira afirma que há recenseadores em treinamento e outras estratégias que estão em andamento serão intensificadas para atingir a meta, como a de transferir profissionais de locais onde o trabalho foi concluído para outros onde a necessidade é maior. “Isto aumenta os custos. As pessoas vão se deslocar e elas, evidentemente, têm de receber ajuda de locomoção”, completa o superintendente.

Olhando todo o estado, houve a visita até agora de 2.264.169 domicílios e em 1.826.002 deles foi feita a aplicação de questionários. Em número de habitantes, são 4.426.329 registrados, o correspondente a 61,42% do total estimado. Os dados parciais já revelam algumas características de Goiás, como o maior número de mulheres: 2.268.162. Os homens somam 2.158.167.

Edson faz um apelo para que a população continue colaborando, sobretudo a que reside em condomínios. “É importante colaborar para que nós possamos terminar o Censo Demográfico.”

Quilombolas

Em Goiás, até o momento, o terceiro balanço do Censo Demográfico indicou que 19.086 pessoas se autodeclararam quilombolas. No Brasil, este grupo contabiliza 1.009.778 pessoas, que tem as regiões e comunidades anotadas pela primeira vez. No momento, os indígenas contabilizados em Goiás são 14.126 indígenas e 1.230.778 em todo o País.

Brasil conclui 52,8% dos setores censitários

Em todo o País, há 452.246 setores censitários. Do total, há 52,8% concluídos, 31,7% em andamento e 15,5% não iniciados. Entre os estados, Amazonas é o mais avançado, com 74,4% concluídos e apenas 1,8% não iniciados. Na sequência vêm Sergipe (70,8%), Maranhão (70,6%), Piauí (70%) e Rio Grande do Norte (69,3%). As unidades da federação que estão com menos setores concluídos são: Mato Grosso (33,4%), Roraima (37,9%), Acre (41,1%), Mato Grosso do Sul (42,1%) e Goiás (43,5%).

O avanço da realização do Censo Demográfico pode ser acompanhado por qualquer pessoa pela internet. O endereço eletrônico é o https://censo2022.ibge.gov.br/acompanhamento-de-coleta. No site do IBGE também é possível verificar os municípios onde ainda há vagas para recenseadores.

O Censo Demográfico foi iniciado em 1º de agosto deste ano e tinha a previsão inicial de término na última segunda-feira (31). O novo cronograma estipula como início de dezembro o prazo final para o trabalho em todos os 26 estados e no Distrito Federal.

Além de oferecer dados importantes sobre como vivem os brasileiros, o Censo Demográfico é utilizado para a elaboração de políticas e a distribuição de recursos públicos.

A coleta do Censo Demográfico deveria ter sido realizada em 2020, porque o período previsto é a cada 10 anos e o último havia sido em 2010. No entanto, houve a suspensão por causa da pandemia da Covid-19.

Fonte: O Popular
Foto: Vânia Santana – Portal Panorama
Jornalismo Portal Panorama
panorama.not.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
× Como posso te ajudar?